Estúdio Sérgio J. Matos cultiva o Ser-Tão na DW

Onde mora o pertencimento? A resposta habita no que cada um carrega dentro de si: na terra de origem, na língua mãe, nos laços afetivos, nos costumes e memórias. O pedaço de chão, concreto ou abstrato, cabe dentro de sentimentos genuínos que também são transitórios. O design com a assinatura do Estúdio Sergio J. Matos permeia estas referências. Reverbera muitos brasis – com diferenças geográficas e culturais – que falam de um só em vários sotaques. Ecos que abrigam o orgulho de ser mato-grossense, paraibano, amazonense, mineiro, paulista, gaúcho… Vozes e vínculos que pulsam no peito e encontram-se durante a DW! – Semana de Design de São Paulo ambientados sob a atmosfera do Sertão e o território plural da feira livre.

O contexto do Sertão traz a porção de unidade, de lugar de potência às oposições. Catalisa o presente árido imposto pela pandemia e responde com a essência vital. Para a fragilidade, força; para a aridez, fertilidade; para a rudeza, poesia; para as incertezas, um novo dia. “A pandemia acionou muitas reflexões sobre o estar no mundo, o papel exercido na coletividade, a ação que verdadeiramente importa e transforma. Também despertou a resiliência ante barreiras complexas e sequer imaginadas. É quando nos damos conta que raízes, pessoas, relações, elos, memórias e afetos são nutrientes importantes para manter o equilíbrio nessa travessia”, pondera o designer Sérgio Matos.

A feira livre é o cenário que transborda pluralidade. Cosmopolita, arrebanha gente daqui, dali e de acolá num vaivém frenético. Acolhe as origens, os encontros, o burburinho de uma babel, a cultura a céu aberto como linguagem e testemunho da ancestralidade. Observatório vivo de modos, costumes e tradições. Espaço de territorialidades heterogêneas que alimentam novas experiências e incitam reflexões. É local de pertença e identidade, propício a questionamentos: o que o faz ser(tão) diverso, ser(tão) liberto de amarras, ser(tão) livre de fronteiras cartoriais, ser(tão) de qualquer parte? Provocações do Estúdio Sergio J. Matos – durante a DW! – para um mergulho no sentimento de amplidão.

“Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. O Sertão é dentro da gente.” (Guimarães Rosa)

 

Sobre os Lançamentos

 

Poltrona Cupuí

 

 

A forma orgânica, a trama artesanal que elabora volume e textura, a cor natural que produz acolhimento. A Poltrona Cupuí guarda na estética com atmosfera de abrigo uma intrincada conexão com a natureza e os fazeres artesanais. O desenho imponente traduz   contemporaneidade e celebra o fruto do cupuizeiro, onde o traço de movimento curvilíneo espelha o formato alongado da casca lenhosa sobre a polpa quase dourada. Ao enlaçar a base forjada em alumínio o entrelace da corda náutica recorda a arte milenar da cestaria, típica dos povos originários da Amazônia. O elo com a floresta e os saberes ancestrais são a tecitura do design atemporal revestido de narrativas que nutrem identidade e pertencimento. Exclusividade do Estúdio Sérgio J. Matos com a assinatura de beleza e alto padrão da Lovato.

 

 

Poltrona Batinga

 

 

A organicidade reverbera poesia. Essência da Poltrona Batinga enraizada na exuberância e diversidade das florestas brasileiras. O nome originário da língua Tupi faz referência à árvore de tronco resistente e flores suavemente perfumadas. Equilíbrio entre força e delicadeza expresso no conceito que exala frescor. A base em alumínio curva-se à sinuosidade do espaldar recortado que reivindica originalidade. O traço cultiva similaridade com duas folhas em broto, sinalizando o verde que oxigena a vida. A estrutura metálica media o volume e a textura contidos no padrão da amarração artesanal elaborada com corda náutica. A trama feita à mão enriquece cada detalhe criativo do Estúdio Sérgio J. Matos para a Lovato.

 

Poltrona Oiapoque

O porte elegante faz par com a beleza e a sofisticação. A combinação – que alberga um sopro retrô – ainda alia conforto como tradução singular da Poltrona Oiapoque. De origem tupi-guarani, a palavra oiapoque deriva do termo ‘oiap-oca’ e abriga o significado de casa dos waiãpis ou casa dos guerreiros. Sob o mesmo teto inspirador estão reunidos memória e saberes ancestrais que celebram a arte milenar da cestaria. Forjado em alumínio o desenho dá visibilidade à trama artesanal da corda náutica que remete ao entrelace das fibras naturais. A estrutura acolhedora ressoa a um abraço envolvente e caloroso. Estética, função e um punhado de narrativas para o décor contemporâneo que cultiva a herança dos povos originários. Exclusividade da Lovato com o traço atemporal do Estúdio Sérgio J. Matos.

Poltrona Ereré

 

Ancestralidade, conexão com a natureza, identidade. Essa é a tríade que embala o conceito da Poltrona Ereré. O traço imponente ganha envergadura na tradução da palavra de origem Tupi. Ereré constitui leveza no voo da ave “canoa-marreca”, típica do nordeste brasileiro. Sobrevoando a regionalidade, o desenho desdobra-se em referências simbólicas e de valor patrimonial. O protagonismo da trama elaborada em macramê fixa o olhar nos entrelaces e nós que recordam as redes de dormir, herança da cultura indígena. A estética escultural é também sedutora e enigmática como a devoção de alguns povos originários aos animais que simbolizam deuses em outras dimensões. Design atado ao sagrado da natureza, com a assinatura do Estúdio Sérgio J. Matos e exclusividade da Lovato.

Texto: Raquel Medeiro – @raquel_nasentrelinhas

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