Sua roupa reflete quem é você no ambiente profissional?
O mundo corporativo tem passado por grandes transformações, inclusive o de valorizar o dress code pessoal. Headhunter da Prime Talent, David Braga traz reflexões sobre o tema
Cada vez mais os padrões do passado estão deixando de ser adotados. No ambiente corporativo, o poder e o controle têm dado espaço para trocas colaborativas, liberdade de performance, abertura para a diversidade em seus variados aspectos e lugar para a voz de todos ecoar. As hierarquias estão cada vez mais achatadas e o poder agora é compartilhado. Mesmo com tantas mudanças é sempre bom lembrar que algumas coisas nunca saem de moda e uma delas é como você se apresenta neste ambiente.
“O modo de se vestir e se apresentar – aqui quero dizer também sobre a postura nas ações, falas e julgamentos dentro do ambiente de trabalho – vai além do seu conhecimento técnico ou todo o repertório adquirido ao longo da carreira. Como diz o famoso ditado – ‘não adianta ser, tem que parecer’”, pontua David Braga, CEO e headhunter da Prime Talent Executive Search, afirmando que, como caça talentos, tem percebido que após a adoção mais intensa do home office, nos dois últimos anos, muitas pessoas se desligaram da apresentação pessoal, esquecendo que o jeito de se vestir pode afetar, inclusive, como serão percebidas por familiares, colegas de trabalho e clientes.
É improvável que uma pessoa vá a uma cerimônia de casamento, à noite, de chinelo, camiseta e bermuda; concorda? No mercado de trabalho é esperada uma conduta similar, independentemente do tamanho da empresa ou seu nicho de negócio – espera-se que os profissionais tenham bom senso para estar entre outras pessoas, de vários níveis hierárquicos e funções distintas. Mesmo que haja empresas que incentivem o dress code de livre escolha do colaborador, é preciso que o profissional esteja atento a essa autoavaliação para não pecar por excesso em acessórios, perfumes muito fortes, maquiagem carregada, roupas rasgadas ou um look free style demais.
“Sempre sugiro que a pessoa avalie se sua imagem está sendo projetada de forma positiva, cuidadosa e aderente à marca que ela representa. Mais do que questões estéticas, quando atuamos no mundo corporativo estamos representando uma marca”, acrescenta Braga, reforçando que não faz alusão à adoção de marcas caras, ou que o
homem deva usar terno e gravata diariamente ou que a mulher precise estar maquiada sempre. “A reflexão que tento trazer é se de fato as pessoas se sentem representando a empresa – por meio da sua forma de se vestir e agir – com credibilidade, consistência e alto impacto. Se antes eram as empresas que escolhiam quem queriam trabalhando na sua estrutura, hoje os profissionais também selecionam para quem querem atuar e se esta corporação se conecta com o seu propósito e com seu jeito de ser”, diz David.
Segundo ele, é importante que os profissionais analisem se estão adotando uma postura equilibrada nas esferas profissional e pessoal da vida. “Não somos divisíveis, somos um ser integral. Então, se uso roupas muito esportivas nos momentos de lazer, no trabalho se usar terno diariamente vou me sentir descolado do meu “eu”. Buscando o equilíbrio, sendo coerente com a forma como me apresento em compromissos de trabalho, com o cargo que ocupo e como me projeto no mercado de trabalho, tudo fica mais fluído. Esse é um ponto ainda bastante relevante nas organizações. E acredite, as aparências ainda fazem diferença e podem abrir (ou fechar) portas”, complementa.