As vacinas contra a Covid-19 afetam a fertilidade ou colocam a gravidez em risco?
A Dra. Cláudia Navarro, especialista em reprodução assistida, responde às principais dúvidas de mulheres tentantes e grávidas sobre os imunizantes contra a Covid-19
Muitas mulheres, tentantes e grávidas, ainda têm dúvidas se as vacinas contra a Covid-19 podem causar algum dano. Após dois anos de pandemia e muitos estudos brasileiros e internacionais, a segurança dos imunizantes é consenso nos principais órgãos de pesquisa e entidades médicas no Brasil e no mundo.
“O que sabemos, até agora, é que a doença causada pelo coronavírus pode ser muito grave nas mulheres grávidas e nas tentantes que estão em grupos de risco, como as que são imunossuprimidas ou têm doenças respiratórias, por exemplo. Então, a alternativa mais segura é o uso das vacinas na tentativa de se evitar a infecção. Como nenhuma dessas vacinas usa o vírus vivo, elas são imunizantes muito seguros. A recomendação que dou às minhas pacientes é completar o ciclo vacinal”, explica a médica especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro.
Para esclarecer as principais dúvidas, Cláudia Navarro responde a algumas perguntas sobre a Covid-19 e as vacinas.
Pergunta: As vacinas podem causar algum efeito colateral em tratamentos e processos para engravidar?
Cláudia: Não. As vacinas não afetam a fertilidade da mulher ou do homem. Os imunizantes também não interferem em tratamentos de reprodução assistida, como a Fertilização in vitro. Um estudo divulgado este mês (dia 25/01/22), pelo Icahn School of Medicine, do renomado hospital Mount Sinai, em Nova Iorque (EUA), revelou que as vacinas da Pfizer e Moderna, ambas com tecnologia chamada RNA mensageiro, não interferem no tratamento de fertilização in vitro. Os pesquisadores verificaram que as taxas de fertilização, gravidez e aborto precoce são as mesmas em mulheres que tomaram duas doses das vacinas e em mulheres não vacinadas. Não houve alteração na qualidade dos óvulos coletados, fertilizados com espermatozoides e transferidos para o útero. Esse estudo é mais uma prova de que as vacinas são seguras. No Brasil, estão aprovadas quatro vacinas: a da Pfizer, a Coronavac (que usa o vírus ‘morto’, portanto, não existe possibilidade de que ele cause a Covid-19), a AstraZeneca e a da Janssen (que têm como tecnologia o adenovírus modificado geneticamente e que não tem capacidade de se replicar no corpo humano).
P: Estou grávida. Posso me vacinar?
C: Sim, deve! As mulheres grávidas são consideradas grupo de risco para formas mais graves da Covid-19. No Brasil, a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que realiza testes e verifica a eficácia dos imunizantes, é que as gestantes recebam preferencialmente as vacinas Coronavac ou Pfizer. Outro ponto importante de se dizer é que as vacinas não têm qualquer efeito colateral no desenvolvimento do bebê.
P: As vacinas contra a Covid-19 podem causar algum outro efeito colateral em mulheres grávidas?
C: Não. Não há comprovação científica de nenhum efeito colateral grave em mulheres grávidas. A segurança das vacinas para esse grupo se equivale à segurança para toda a população. Alguns indivíduos podem apresentar dor muscular no local da aplicação da vacina, mal estar e, em pouquíssimos casos, febre baixa. Os benefícios das vacinas, tanto para gestantes quanto para toda a população, estão comprovados e garantem que os vacinados têm chances muitíssimos menores de desenvolver sintomas graves da Covid-19.