A realização do sonho de ser mãe após o transplante
O Dia das Mães é sempre uma data carregada de sentimentos e muito amor. Para a Nathalia Bertolino Ulbrich a data, principalmente neste ano, será um momento de muita emoção e gratidão. Há 4 anos ela teve a chance de uma vida nova por conta do transplante renal e agora, em meio a pandemia, ela teve a felicidade de dar à luz ao seu filho Daniel. “O sonho de ser mãe sempre esteve aqui presente, mas só com o transplante tive a esperança e a fé que isso poderia virar realidade”, comemora ela.
Nathalia tem 32 anos, é formada em Administração. Nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e com apenas sete anos foi diagnosticada com síndrome nefrótica, que é um conjunto de sintomas e sinais, que caracterizam uma doença renal, de evolução crônica, que se identifica principalmente pela perda da capacidade dos rins em reter proteínas filtradas na urina. Aos 23 anos ela perdeu as funções dos rins.
“Depois de um ano na hemodiálise, senti-me muito mal e cheguei a pesar apenas 37 quilos”, recorda. “Então pesquisei na internet e descobri a Fundação Pró-Rim, que é referência nacional no tratamento de doenças renais”, atesta. Ela lembra que ficou encantada e confiante quando conheceu o trabalho da instituição.
Esperança
Em poucas semanas, mudou-se para Joinville (SC) com os pais, segundo ela, em busca de vida nova. “Estava muito fragilizada, mas a mudança me encheu de esperança. Comecei a ver o tratamento como forma de sobrevida e não o fim dela”, descreve.
Após conhecer o atual marido, Vinicius Ulbrich, a vontade de ser mãe reacendeu em Nathalia. Porém, a gravidez não é recomendada para pacientes renais crônicos em tratamento de hemodiálise, apresentando riscos para o bebê e para a mãe. Mas, em uma consulta a esperança reacendeu e mudou tudo. “O médico disse que após o transplante, ocorrendo tudo bem, engravidar poderia ser uma realidade”, revela. “Foi então que decidi mais do que nunca ir em busca do transplante e realizar o meu sonho de ser mãe. A partir daquele momento a minha vida mudou completamente, ganhou outro sentido”.
Transplante
O transplante foi um sucesso, outro sonho de Nathalia estava sendo realizado em 2017. Ela também esclarece que aguardou dois anos após o transplante, que segundo ela é um período recomendado pelos médicos. “Dado esse tempo sem intercorrências, o médico me liberou para planejar a gravidez. Ainda assim, tive muito medo, pois apesar de estar bem, havia o risco de até perder meu transplante. Mas nunca me faltou fé. Eu sabia que tudo iria dar certo”, relata.
O nascimento de Daniel
Ela tinha razão. Daniel nasceu em 24 de fevereiro deste ano e completou dois meses, segundo Nathalia, cheio de saúde e com a missão de renovar a vida. “Neste Dia das Mães só tenho a agradecer à minha família, à toda equipe cuidou de mim, a qual serei eternamente grata pela vida nova que ganhei e à graça divina que recebi”, manifesta. Mas, o que a nova mamãe está sentindo depois de tudo o que passou nos últimos anos?
“Sinto felicidade imensurável por estar realizando o meu maior sonho, gerando uma vida que não consigo descrever com palavras. Ver e sentir aquele ser crescendo e tomando forma mês a mês, em meio à insegurança em que vivemos, é algo tão grandioso que me faz sentir realizada e incondicionalmente feliz. Transcende as minhas melhores expectativas. Meu filho chegou para mostrar que eu posso superar meus limites, realizar sonhos. Ele chegou para mostrar que meu coração pode explodir de amor e alegria, mesmo com muito sono, nas madrugadas frias em que o aconchego nos meus braços para alimentá-lo. O meu filho chegou para me realizar e completar nossa família”.