Zumbido é um problema que afeta milhões de brasileiros
O silêncio absoluto nas horas de repouso não é uma realidade para aproximadamente 28 milhões de brasileiros. O incômodo zumbido, que pode ser comparado a uma dor de cabeça, aparece como um ruído mais grave ou agudo e em diferentes intervalos durante o dia. Para acabar com o mal, a tecnologia exclusiva promete “apagar” o zumbido do cérebro.
“Eu tinha um problema sério de zumbido, um barulho dentro do ouvido que quase me deixava louca. Eu não dormia e durante o dia era um grande transtorno”, conta Helena Stocco Campagnaro (82), moradora de Campo Largo, sobre os sete anos que conviveu com o problema.
História muito semelhante é relatada por Arlete Krzyzanasviski (71), também moradora de Campo Largo, que ficou seis meses com a sensação de ter um grilo no ouvido. “Era dia e noite esse zumbido”, lembra. “O único problema é que não dá para dormir com o aparelho”, brinca.
Tecnologia
Segundo Marcia Bonetti, fonoaudióloga e responsável técnica da Audiba, empresa de aparelhos auditivos, esse tecnologia traz alívio para quem sobre esse tipo de problema. “É como se a gente desligasse a frequência em que o paciente tem o zumbido”, conta. “Se por meio dos exames a gente detecta que ele tem zumbido nos 8 mil hertz, isolamos essa frequência, como se a desligássemos. Então o paciente passa a ouvir mais os sons externos. O objetivo é aliviar e mascarar o zumbido, sem que haja outro som competindo, como acontece com a terapia convencional que tem no mercado”, explica.
Diferente de outras terapias, a Notch atua de forma inaudível. Assim, ao invés de inserir outros estímulos sonoros, a nova terapia isola, pelo aparelho auditivo, a frequência em que o zumbido é identificado, fazendo com que o ruído não seja mais amplificado. Nas terapias convencionais acontece o contrário, já que outros estímulos sonoros são inseridos junto ao aparelho auditivo e, assim, “conflitam” com o ruído do zumbido, fazendo com que o paciente escute sempre um “chiado”.
A adaptação completa da tecnologia ocorre em um período de seis meses a um ano. Ainda assim, após três semanas de tratamento já é possível detectar uma melhora significativa nos sintomas. Dentre os pacientes adaptados, cerca de 85% dos casos têm o problema solucionado. “Para ter sucesso no resultado é muito importante que os pacientes façam o acompanhamento até que exista uma resposta consistente”, ressalta Marcia.
Diferentes causas de zumbido
Por ser um sintoma, as causas do zumbido podem variar, assim como acontece com a febre, por exemplo. Desde o excesso de cera, infecções, lesões no ouvido e até mesmo fatores menos aparentes, como problemas na articulação da mandíbula, alterações cardiovasculares, colesterol, diabetes e consumo excessivo de cafeína e álcool podem ser a origem desse sintoma. Ainda assim, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 90% dos casos têm como causa principal a perda auditiva.
Independentemente da origem, a nova terapia é benéfica a todos os pacientes. A tecnologia é implantada em um aparelho auditivo convencional, sendo possível trabalhar com amplificação sonora ou Terapia Notch, variando conforme a necessidade do paciente. Após a instalação, é feito o acompanhamento entre fonoaudiólogo e paciente até que a adaptação seja completa.
Por ser um tratamento paliativo ao sintoma, a terapia pode ser feita paralelamente ao acompanhamento médico ou de forma contínua, caso a origem do problema não seja reversível. “Se for ocasionado pela perda auditiva não reversível, por exemplo, então o paciente sempre vai estar usando esse tipo de terapia. Caso seja por uma alteração tratável, ele trata esse sintoma enquanto o médico cuida da causa”, explica a responsável técnica.
Por ser inerente ao aparelho auditivo, a tecnologia está presente tanto em modelos mais recentes como também nos mais básicos. Assim, o valor gasto varia conforme e a escolha do aparelho.