Uso do DIU é uma alternativa confiável para a contracepção e pode trazer outros benefícios

O planejamento familiar desempenha um papel fundamental na saúde e no bem-estar das mulheres e de suas famílias. No entanto, no Brasil, os métodos de curta duração têm sido os mais prevalentes, apesar das vantagens dos métodos de longa duração, como o Dispositivo Intrauterino (DIU).

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019 , entre as mulheres em idade reprodutiva, a pílula anticoncepcional se destaca como o método mais utilizado, com 38% de adesão. A camisinha masculina ocupa o segundo lugar, com 21%, seguida pela esterilização feminina, com 19%. O DIU representa apenas cerca de 4% das escolhas contraceptivas. Internacionalmente, o uso do DIU como método contraceptivo é mais proeminente, sendo escolhido por aproximadamente 15% das mulheres.

Segundo a Dra. Geisa Mara, ginecologista do Hospital Mater Dei Santa Clara, atualmente existem três tipos de DIU disponíveis, que podem ser divididos em dois grupos: o não hormonal, que inclui versões de cobre e cobre+prata, e o hormonal. O DIU de cobre atua como um método contraceptivo de barreira, sem influenciar o equilíbrio hormonal do corpo. O cobre libera íons que dificultam a movimentação dos espermatozoides, tornando a fertilização menos provável. A adição de prata aumenta a estabilidade do cobre e, enquanto o DIU cobre pode durar até 10 anos, o cobre+prata deve ser substituído a cada 5 anos. O DIU hormonal, por outro lado, contém o hormônio levonorgestrel, afinando o revestimento uterino e espessando o muco cervical para evitar a fertilização. Sua duração é de aproximadamente 5 anos.

Uma das principais vantagens do DIU, conforme destacado pela Dra. Geisa Mara, é sua independência em relação à disciplina diária, uma exigência das pílulas anticoncepcionais. Além disso, ao contrário das pílulas que contêm estrogênio, o DIU evita os riscos associados à trombose. Em comparação aos implantes hormonais, que duram 3 anos, o DIU oferece uma segurança contraceptiva de até 10 anos, proporcionando uma opção mais duradoura.

Em relação aos efeitos colaterais, os impactos do DIU não hormonal incluem um possível aumento no fluxo e intensidade menstrual, bem como cólicas mais intensas nos primeiros meses. Já o DIU hormonal pode levar a mudanças no padrão de sangramento, dor pélvica, dores de cabeça, entre outros sintomas. “No entanto, a maioria desses efeitos é leve a moderada e tende a diminuir após os primeiros 3 a 6 meses de uso, após o período de adaptação”, explica a médica.

Em adição, o DIU hormonal não é apenas uma opção de contracepção. Ele pode ser usado no tratamento de sangramento uterino anormal, miomatose uterina, endometriose e também para proteção contra o crescimento excessivo do revestimento uterino durante terapia de reposição hormonal. Mulheres que nunca tiveram filhos também podem se beneficiar do DIU, assim como aquelas que já foram mães, já que o tamanho do dispositivo pode ser adaptado para maior conforto.

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