Câncer de próstata: Avanço da biotecnologia ajuda a detectar pré-disposição ao tipo de câncer mais comum entre os homens

Precisão dos testes genéticos traz informações que permitem acompanhar e identificar a doença de forma precoce, reduzindo o percentual de mortes

O mês de novembro é reconhecido pela campanha mundial Novembro Azul, uma iniciativa que busca conscientizar sobre as doenças que acometem a população masculina, assim como os cuidados básicos que os homens devem ter com sua saúde, em especial, os exames preventivos para o câncer de próstata. E não é para menos. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), anualmente são registrados mais de 65 mil novos diagnósticos de câncer de próstata, dentre os quais, mais de 15 mil foram casos fatais somente em 2019. Números que determinam esse tipo de câncer como o mais comum entre a população masculina e representam 29% dos quadros da doença no país.

Problemas para urinar, sensação de bexiga que não se esvazia completamente e sangue na urina são alguns dos sintomas do câncer de próstata, que só aparecem quando a doença se encontra em estágio mais avançado. Homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença. Seja por medo, falta de conhecimento ou preconceito, o fato é que muitos acabam negligenciando a própria saúde no que diz respeito aos exames e testes que podem e devem ser feitos com determinada frequência, para a possibilidade de um diagnóstico precoce e maiores chances de sucesso nos tratamentos.

Além dos exames mais comuns, como a análise sanguínea do PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal, que devem ser realizados todos os anos por homens com mais de 50 anos, o avanço da biotecnologia tem permitido diagnosticar com mais precisão qualquer pré-disposição masculina para a doença. Por meio de testes genéticos, indicados especialmente aos indivíduos que já tiveram alguma incidência do câncer de próstata no histórico familiar, é possível identificar mutações nos principais genes (BRCA1 e BRCA2), atrelados ao surgimento de um tumor, no futuro.

“Os testes genéticos estão aos poucos ganhando popularidade. Paciente com históricos de parentes com câncer de próstata tem de duas a três vezes mais chances de desenvolver a doença. O risco de câncer de próstata é triplicado nos portadores de mutação no gene BRCA1 e nove vezes maior nos portadores de mutação do gene BRCA2. As mutações destes genes aumentam também o risco de cânceres de mama (inclusive nos homens), pâncreas e pele (melanoma). Com o teste genômico realizado, o paciente terá informações que poderão orientar o médico no acompanhamento e identificação da enfermidade de forma precoce, o que diminui muito as chances de mortalidade em virtude da doença”, destaca Allan Richard Gomes Munford, Gerente Regional LATAM de Marketing para Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN, multinacional alemã, especialista em tecnologia para diagnósticos moleculares que apresenta, entre suas soluções, o QIAseq Targeted DNA Panels, um kit de reagentes utilizados para a preparação das amostras a serem sequenciadas.

Para realizar esse rastreamento, são feitas análises dos genes BRCA1 e BRCA2, que estão relacionados ao câncer de próstata hereditário. O teste genético permite verificar mutações nesses genes, que poderão causar o desenvolvimento da doença. Com uma simples amostra de sangue ou saliva, é possível realizá-lo e, sob orientação médica, direcionar as medidas que mais se aplicam para o homem que apresentar um diagnóstico positivo para a propensão ao câncer de próstata.

Ainda de acordo com Munford, os testes genéticos já estão disponíveis e são cobertos pelos planos de saúde, para pacientes que apresentem histórico familiar da doença, e complementa, “hoje vivemos uma nova era na biotecnologia, sendo que os avanços nos testes clínicos vêm alterando o processo convencional de somente identificar uma doença. Eles permitem encontrar predisposições a certas enfermidades e direcionar os médicos para que prescrevam mudanças na alimentação, hábitos e realização de exames focados com mais frequência a esses pacientes. Isso tem um impacto direto na vida das pessoas e, um dia, em larga escala, poderá mudar totalmente a forma que se realiza políticas de saúde pública”, conclui.

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