Vamos dançar ?

por Nilda Dalcól

Conhece alguém que tenha feito este convite recentemente?

Acho que não!

Mas, a verdade, é que não dançamos mais como “antigamente”!
Dançávamos praticamente abraçados, rosto colado. O braço dele cingia a nossa cintura e, segurando a nossa mão, levava-a ao peito (dele, é claro!!) … E o sonho corria solto!

Terminada a música, nos acompanhava ao nosso lugar e, se houvesse empatia (ou “química”, como dizem hoje), ficávamos esperando a próxima, torcendo para que ele voltasse.

Às vezes voltava.

E a “volta” era mais intensa, tal a afinidade percebida e a leveza com que nos conduzia como se fôssemos uma pluma.

E a confiança que sentíamos por termos a certeza de que não nos faria “errar o passo”?

Quando nos afastávamos, só para olharmos um para o outro, com a absoluta certeza de que aquela noite nos premiaria com um romance, e que esperávamos durasse para sempre. Naquele momento, uma indescritível sensação de posse tomava conta do nosso ser… E sem dizer uma só palavra, lentamente voltávamos a posição de “rosto colado”.

Muitos casamentos começaram num baile.
E muitos acabaram lá mesmo, ou a intenção dele.

Talvez uma das partes não tenha correspondido ou a atração foi muito forte e um dos dois “avançou o sinal” e ali terminou sem mesmo ter começado.

Tinha isto naquela época!!!

Hoje me pergunto se ainda existem bailes à meia luz, com orquestra tocando músicas românticas, com casais apaixonados, que inebriados pela aproximação, perdem-se na fascinação mágica do momento…
Ah, como eu gostaria de voltar no tempo e ouvir alguém me convidando: Vamos dançar?

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