Estimulação cognitiva atrasa o Alzheimer em até cinco anos; veja dicas para estimular o cérebro
A cada ano novos estudos científicos caminham para comprovar a importância da estimulação cognitiva ao longo de toda a vida, especialmente no processo de envelhecimento.
Neste sentido, os trabalhos científicos mais recentes confirmam que práticas envolvendo novidade, variedade e grau de desafio crescente – como a ginástica para o cérebro -, ajudam a retardar o aparecimento de sintomas de Alzheimer. Desta vez pesquisadores conseguiram quantificar os benefícios da estimulação cognitiva e concluíram que manter o cérebro ativo pode atrasar o aparecimento dos sintomas de Alzheimer em até cinco anos.
A pesquisa foi publicada em julho na revista médica Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
Por onde começar? – É importante lembrar que o nosso cérebro precisa ser estimulado ao longo de toda a vida. Quando falamos de cérebro, nunca é tarde demais para iniciar esses estímulos, que sempre trazem resultados positivos, segundo a especialista em estimulação cognitiva e ginástica para o cérebro do Método Supera, Patrícia Lessa.
“Todos os cérebros aprendem e mantém a capacidade de aprender por toda a vida. Com isto, quero dizer, que é possível aprender em qualquer idade. Embora, quanto mais maduro for um cérebro, menos plástico, menos maleável é o cérebro e aprender exigirá mais esforço, mas sempre é possível aprender. A ginástica para o cérebro contribui de forma muito significativa neste processo”, explica a especialista.
A pesquisa de Robert Wilson, do Centro Médico Universitário Rush, em Chicago identificou ainda que os benefícios da estimulação cognitiva como forma de prevenção às demências podem ser aplicados mesmo a pacientes com 80 anos, de forma a prevenir o aparecimento de sintomas do Alzheimer, trazendo benefícios, mesmo nestes casos. A pesquisa concluiu ainda que pessoas que estimularam o cérebro desenvolveram demência por volta de 94 anos, enquanto os pacientes que tiveram estímulos cerebrais mais baixos apresentaram demência aos 89 anos, uma diferença de cinco anos.
“São dados de fácil compreensão que chamam a atenção para dois pontos importantes: a importância de estimular o cérebro, os resultados desse estímulo e a eficácia do estímulo quando ele é feito da maneira correta”, lembrou Patrícia.
Como chegar lá? – Quanto mais estimulamos nosso cérebro ao longo da vida, mais fortalecemos nossa reserva cognitiva. Ao longo da vida, quanto mais sinapses tivermos entre os neurônios, maior é a resiliência do nosso cérebro.
“Dessa forma, a prática da ginástica cerebral por toda a vida funciona como uma proteção para o cérebro, criando o que os neurocientistas chamam de reserva cognitiva, ou seja, a resiliência do cérebro em apresentar melhores condições de se proteger, tolerar ou lidar melhor com as alterações cerebrais que acontecem ao longo da toda nossa existência”, explicou.
Confira algumas dicas para manter o cérebro ativo e criar boas conexões:
1. Mantenha uma atitude positiva – Controlar pensamentos e emoções é um caminho seguro para que o cérebro tenha um processo de envelhecimento saudável e preparado para lidar com as adversidades. Não temos controle sobre o que nos acontece, mas temos controle sobre como vamos reagir a isso.
2. Busque novidades – Já parou para pensar como vivemos imersos na aprendizagem nos primeiros anos da vida e, repentinamente, na vida adulta, esse estímulo é abandonado? Pior do que isso: vivemos repetindo as mesmas ações em nosso trabalho e rotina. É possível incluir no dia a dia pequenas ilhas de desenvolvimento pessoal e mudar esse ciclo.
3. Atenção para a qualidade de vida – O conceito saudável envolve corpo, mente e espírito. Além de ter atenção a dieta e exercícios, busque diminuir o ritmo de vida, observando de perto qualidade do sono e emoções.
4. Aprenda algo novo – Sabe aquela sensação de preguiça para estudar quando se é adulto? Esse sentimento nada mais é do que o seu cérebro buscando economizar energia, reduzindo os esforços necessários para aprender algo novo. Não desista na primeira dificuldade.
5. Há vida depois da aposentadoria – São inúmeros os relatos de idosos que trabalharam a vida toda e se deprimem durante a aposentadoria. Se o trabalho remunerado não existe mais, procure atividades que lhe tragam prazer com foco no desenvolvimento constante.
6. Invista em bons relacionamentos – Seja na família, em grupos religiosos, segmentados ou beneficentes: sempre existe a possibilidade de conhecer novas pessoas e partilhar a vida com elas. Ter relacionamentos saudáveis são um ponto chave para manter o cérebro ativo durante o processo de envelhecimento.
7. Tire seu cérebro da zona de conforto – Ao longo da vida somos movidos por metas e desafios. Manter uma atitude positiva e aberta ao mundo e ao novo terá impacto muito positivo na sua qualidade de vida.
8. Faça ginástica para o cérebro – Por meio de um método exclusivo, com estímulos adaptados a todas as idades, a ginástica cerebral ativa circuitos importantes no cérebro. “Quem busca a ginastica cerebral, busca principalmente melhorar o desempenho, e não tratar doenças. Ao viver mais, nos deparamos com a necessidade de prevenir o declínio cognitivo tanto quanto possível.
E, de fato, do ponto de vista da saúde, a melhor maneira de prevenir os sintomas do envelhecimento é melhorar o desempenho de forma sustentada. Melhor desempenho atrasará o declínio e, consequentemente, atrasará o início dos sintomas.
Então, podemos dizer que a ginástica cerebral funciona quando melhora o desempenho cognitivo de forma sustentada e pode por funcionar como uma ‘neuroproteção’, contribuindo para a melhora da qualidade de vida”, concluiu a especialista.