Quais cirurgias plásticas podem ser realizadas durante a pandemia?
No começo do período da pandemia, todas as cirurgias eletivas, ou seja, que podem ser adiadas sem comprometer a saúde do paciente, foram suspensas. Claro, isso incluiu o mundo das cirurgias plásticas. Porém, conforme o número de casos foi diminuindo os procedimentos foram autorizados novamente e muita gente decidiu aproveitar o momento em casa no ano passado para fazer aquele ajuste na aparência.
Mas, agora que infelizmente voltamos a um momento grave da doença no país, como fica o cenário para quem deseja fazer algum tipo de cirurgia que não envolve a saúde? É possível se planejar para algo assim nas circunstâncias atuais?
“Uma solução que foi encontrada não só no Brasil, mas também em outros lugares do mundo, são os hospitais com fluxo Covid-Free,” explica Dra. Patricia Marques, cirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “Com alas preservadas sem a Covid-19, se tornou possível realizar tratamentos de diversos tipos, até além dos estéticos,” complementa.
Marques explica que clínicas que aplicam o método realizam constantemente o teste do RT-PCR, que irá determinar se os profissionais da equipe se encontram livres do vírus, e devem ser certificadas pelo Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde (IBES). Antes de qualquer cirurgia, médicos, enfermeiros e o próprio paciente também devem passar pelo teste.
A especialista destaca, porém, que mesmo assim nem todas as cirurgias estão sendo aprovadas, apenas as de médio e pequeno porte. “Esse tipo de procedimento requer pouco, ou por vezes nenhum tempo de internação, minimizando bastante a exposição do paciente,” esclarece.
Então é possível realizar uma lipo num lugar estratégico, colocar implantes nos seios ou até dar aquela ajeitadinha no nariz, mas outras cirurgias mais complexas, com maiores riscos de sangramento e complicações devem ser evitadas no momento, principalmente pela falta de leitos nas UTIs.
Além disso, não só deve ser feito o teste para detectar o coronavírus, mas também exames para que o médico determine se o paciente está com uma boa saúde para prosseguir com esse tipo de risco, mesmo que ele seja mínimo. “Não recomendamos que pacientes imunossuprimidos, com doenças cardíacas ou idosos por exemplo, se submetam a intervenções cirúrgicas a não ser que seja necessário,” afirma.
A cirurgiã deixa claro que não há nada de errado em querer melhorar a estética, desde que se respeite o isolamento social e os demais protocolos sejam seguidos à risca. “Buscando um profissional qualificado e uma clínica certificada pelo IBES, é possível realizar a cirurgia plástica sem preocupação,” finaliza.