Descubra se os “folclores” da gestação são reais

Após o tão esperado positivo, a mulher passará por inúmeras mudanças físicas, hormonais e psicológicas durante pelo menos 9 meses. Como se isso não fosse o suficiente, a gestante é frequentemente bombardeada de teorias, opiniões e orientações sem nenhuma ou quase nenhuma base científica.

Por isso separamos alguns mitos e vamos juntos desvendá-los:

1-) Gestante precisa comer por dois

MITO – a recomendação para este período é a mesma para qualquer fase da vida: manter uma dieta equilibrada. O controle da alimentação é importante, porque existem doenças que podem aparecer durante a gestação, como o diabetes e a hipertensão. Estas doenças normalmente estão associadas a um ganho excessivo de peso. Quanto mais o peso aumenta, maior a probabilidade de que esses problemas apareçam. Outro ponto importante é que a dieta desequilibrada pode gerar a falta de nutrientes importantes para a formação do feto, como ferro e ácido fólico.

2-) Azia na gestação está relacionada com bebê cabeludo

MITO – a azia é um dos sintomas mais comuns na gestação, porém não existe nenhuma relação com a quantidade de cabelo do bebê. A progesterona, hormônio encontrado em abundância na gestação, atua no estômago relaxando as válvulas que antes se mantinham fechadas. Isso gera um refluxo do ácido gástrico para o esôfago, o que causa a sensação de azia e queimação.

3-) Gestante não pode praticar atividade física

MITO – a gestante que não possua fator de risco ou contra indicações não só pode como deve fazer atividade física. A atividade física na gestação irá ajudar a gestante a controlar o ganho de peso e será um auxílio na prevenção de doenças frequentes, como a pressão alta e o diabetes. As gestantes que já praticavam atividade física podem manter suas atividades caso tenham liberação médica. Já as gestantes que antes eram sedentárias devem iniciar a prática de atividades físicas com atividades leves.

4-) O formato da barriga indica o sexo do bebê

MITO – o formato da barriga nada tem a ver com o sexo do bebê. Cada mulher tem um formato de corpo e, consequentemente, terá um formato de barriga de acordo com seu corpo, não tendo nada a ver com o sexo. Para descobrir o sexo do bebê, as alternativas possíveis não a sexagem e a ultrassonografia.

5-) Pequenas doses de bebida alcoólica são permitidas na gestação

MITO – não se sabe qual é a dose considerada “segura”, pois trabalhos comprovaram que durante a gestação até uma pequena dose de álcool pode causar a chamada Síndrome Alcoólica Fetal, caracterizada por retardo mental variável e malformações em face.

6-) Grávida não pode andar de avião

MITO – não existe contraindicação para viajar durante a gestação, porém orienta-se que em voos longos a gestante deve usar meia elástica, se movimentar a cada 2 horas e ingerir bastante água. A gestante deve ficar atenta, pois existem algumas regras e restrições que variam de acordo com a idade gestacional. Para evitar problemas no momento do embarque, é bom conhecer as políticas da empresa em que há a intenção de voar antes de comprar a passagem.

No geral as companhias seguem as seguintes regras:

  • Até 27 semanas: Atestado médico não é exigido.
  • 28 a 35 semanas: A gestante precisa fazer o preenchimento de um termo de responsabilidade oferecida pela empresa.
  • 36 a 37 semanas: É solicitado atestado médico válido por 30 dias.
  • A partir de 38 semanas: O embarque só é permitido quando há extrema necessidade. Além disso, a gestante deve entregar a Declaração de Responsabilidade e embarcar em companhia do médico responsável.

7-) Grávida não pode ter contato com gatos

MITO – o medo está relacionado com a doença toxoplasmose, uma parasitose que pode causar sérias alterações no feto quando adquirida durante a gestação. Este parasita tem como hospedeiro definitivo o gato, porém esta doença é transmitida através das fezes do animal contaminado e não através do contato com o animal. Para se contaminarem, os gatos precisam comer ratos ou pássaros que tenham cistos do toxoplasma em seus músculos. Ou seja, um animal que vive dentro de casa e só come ração dificilmente será contaminado. Mas, na dúvida, melhor passar a limpeza da caixinha de areia para outra pessoa.

😎 Uma vez cesárea sempre cesárea

MITO – A cesárea é uma das cirurgias mais frequentemente realizadas nos dias de hoje em todo mundo. Atualmente, o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de cesáreas. O parto vaginal após cesárea é possível sim, porém devemos individualizar e analisar cada caso. Embora não se possa garantir o sucesso, já é um consenso entre os obstetras que uma cesárea anterior não impede trabalho de parto (PVAC1). No entanto, é necessário que a gestante entenda e assuma os riscos junto com sua equipe médica. As chances de rotura uterina existem, mas acontecem em 0,5% a 1% dos casos. Toda grávida deve ser avisada que este risco existe e aumenta conforme o número de cesáreas prévias. Atualmente, os trabalhos evidenciam que o risco para rotura uterina com 1-2 (PVAC2) cesáreas é praticamente o mesmo, porém aumenta a partir de 3 cesáreas (PVAC3) ou mais, sendo neste caso o mais indicado, em virtude dos riscos, o parto cesárea.

9-) Durante a amamentação não existe risco de engravidar

MITO – de fato, enquanto a mulher amamentar, o risco de engravidar é menor. Porém, algumas mulheres voltam a ovular e, com a irregularidade do ciclo, acabam não percebendo e engravidando. Portanto, todo cuidado é pouco.

10-) Barriga grande bebê grande, barriga pequena bebê pequeno

MITO – o tamanho da barriga varia de acordo com muitos fatores. Um deles é o tamanho do bebê. Porém outros aspectos tem que ser levados em conta, como a quantidade de líquido amniótico, a posição que o feto se encontra dentro do útero, o formato de corpo/ bacia da mãe, entre outros.

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