Apresentador francês desabafa sobre espera de 4 anos para adotar segundo filho

O apresentador francês Benjamin Cano está ansioso para dar um irmão ou irmã para o pequeno Vinícius, de 4 anos, que foi adotado por ele e pelo seu marido, Louis Planès . Por isso, o empresário fez um desabafo sobre este tempo de espera, já que se passaram 4 anos à espera de uma ligação. Para Benjamin, o fato de ser um casal homoafetivo pode estar influenciando.

“Acredito que pode ser sim parte do problema na visão deles. Além de ver que o sistema de adoção brasileiro é uma grande bagunça, onde nada funciona. Esse sistema nacional, no final, não é nada nacional e continua funcionando como comarca regional. Aqui vem o absurdo da situação. Para um casal como a gente que já adotou ( e foi um milagre conseguir o Vinícius), e que estamos esperando um segundo filho. Porque em 4 anos ninguém chamou a gente? Será que não tem uma criança disponível no país inteiro ?”, indaga.

Benjamin acredita que esta morosidade em um processo de adoção acaba afastando famílias que gostariam de adotar um filho.

“Acredito que pessoas habilitadas para adotar desistem por causa da lentidão e do obscurantismo do processo de espera. Nada está transparente. E pode toda hora pensar que alguém está passando a sua frente ou furando a fila”, afirma o influenciador, que não fez grandes exigências ao traçar o perfil da criança.

“A nossa exigência é ter um filho de qualquer cor, qualquer gênero, em até 3 ano e todo mundo sabe que os abrigos estão cheios de crianças. O Vinícius é pretinho, não temos problema em adotar uma criança de cor, pelo contrário.

Será que uma família homoafetiva é ruim para a criança. Basta vir ver o Vinícius”.

Benjamin conseguiu adotar o primeiro filho, que agora pede um irmão ou irmã, depois de 2 anos, mas ele supõe que o caso fugiu da regra.

“Vinícius chegou 2 anos após ser habilitado mas ele veio numa forma extra normal. A juíza de Madureira com quem eu estava em contato se lembrou de mim quando a juíza de ilhéus ligou para ela desesperada para achar pretendentes para Vinícius que estava para ir no abrigo. Pegamos a decisão de ir buscar ele o dia seguinte”.

O empresário sofre com a falta de transparência do processo. Ele sequer tem como acompanhar o andamento da fila.

“Tem problema grave de disfuncionamento no mecanismo de atribuição de crianças no SNA. A falta de transparência é um problema e o acompanhamento inexistente. Como pode explicar para minha família que há 4 anos ninguém faz contato para pedir notícias, saber o estado da busca ou se ainda estamos interessados? O estado brasileiro deveria ter vergonha do seu sistema de adoção. Tem muitas famílias esperando e os abrigos cheios de crianças”, conclui.

Vinícius, o primeiro filho do casal, foi abandonada pela mãe biológica no hospital

Juntos há mais de 20 anos, Benjamin Cano Planès e Louis Planès são franceses de Toulouse e decidiram se mudar para o Brasil há quase 10 anos para iniciar um novo empreendimento. Administraram um hotel-boutique em Ipanema por 7 anos e hoje, além de casados, são sócios no ramo imobiliário.

Em meio ao trabalho, decidiram adotar uma criança e entraram com a habilitação na Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. Durante 1 ano, participaram de encontros com psicólogos e assistentes sociais para obter um estudo da condição familiar.

Depois de aprovados, aguardaram 2 anos com imensa expectativa, acompanhando de perto o processo junto à Vara da Infância e da Juventude para saber se havia uma criança disponível para o casal.

Até que em um dia receberam a aguardada ligação de uma juíza carioca, informando que uma colega, também juíza, de Ilhéus, Bahia, estava com um caso de um recém nascido prematuro de 5 meses, sem pretendentes.

O pequeno Vinícius havia nascido na rua com apenas 900 gramas. Foi reanimado na ambulância do SAMU e abandonado no hospital. A mãe biológica não chegou a ficar nem 3 horas com o bebê.

Imediatamente o casal se interessou e foram até a Bahia. Ali começou a conexão do casal com Vinicius. O bebê, já com 2 meses e meio de vida, teve alta da UTI um dia após a ligação da juíza e os novos pais foram buscá-lo na maternidade. Era dia 11 de maio de 2017. Naquela época, a nova família teve de permanecer na Bahia por 3 semanas, pois Vinicius estava tão magro que a pediatra não autorizou a viagem de avião para o Rio.

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