Pandemia transforma pessoas comuns em modelos e faz agências de ”etnias” faturarem com contratos de publicidade
A grande indústria do entretenimento não para! Durante a pandemia do coronavírus a publicidade ganhou novos significados e as empresas nunca quiseram estar tão próximas de seus consumidores finais, fortalecendo suas marcas e oferecendo empatia. Tal fato impactou de forma ampla o mercado para modelos que já vinha sendo ressignificado nos últimos anos pela era dos influenciadores, e se concretizou com a necessidade de empresas demonstrarem humanidade durante a crise.
Na mesma velocidade em que vemos campanhas de todos os tipos sendo exibidas em todos os lugares o tempo todo, vemos influenciadores alcançando a fama instantânea e nos bastidores existem os descobridores de talentos, empresários, agentes e assessores que movimentam o mercado e buscam atender as demandas de publicidade evidenciando e lapidando talentos para ações na internet, comerciais de TV, fotos e etc.
Segundo o especialista em carreira de modelos Elian Gallardo, a procura por talentos considerados ”padrões” caiu: ”Temos recebido pedidos de marcas por pessoas gordas, baixas, com deficiência física e todo tipo de gente que puder imaginar. Nosso casting tem pessoas de todas as idades, temos todos tipos de modelos e faturamos muito com isso nos últimos meses” comemora o agente responsável por descobrir talentos como Rodrigo Hilbert e a influencer Camila Coutinho.
De acordo com Elian, a necessidade do mercado em fazer os consumidores se identificarem com as marcas abriu portas para que padrões fossem quebrados e outros tipos de pessoas pudessem se candidatar a uma carreira de modelo, mas garante que a profissão não é para todos e que muitos são reprovados:
”Temos critérios rigorosos, independente da aparência é preciso muito comprometimento e estudo. Muitos são reprovados independente da aparência. A autoconfiança, por exemplo, é mais importante do que a altura no mercado atual. Alguns anos atrás era impossível lançar modelos considerados fora dos padrões”.
Toda essa mudança no mercado tem apoio de marcas importantes do circuito internacional de moda como Versace e até mesmo a tradicional Chanel, Maison francesa conhecida por manter seus padrões intactos e que passou a incluir modelos com diferentes tipos de corpos em seus castings enquanto as gigantes do varejo como H&M, Zara e as brasileiras Riachuelo e Renner passaram a investir cada vez mais em influenciadores que representam a diversidade.
Essa inclusão impacta até mesmo na economia, já que novas pessoas passam a competir neste segmento e faturar com trabalhos como modelo, como um trabalho extra ou até mesmo como profissão fixa, como é o caso da modelo paulistana Larissa Finco que foi abordada por um olheiro, levada a uma agência e hoje trabalha para marcas e revistas:
”É um mercado que exige muito comprometimento, mas também é muito lucrativo. Podemos faturar em um dia de campanha o que às vezes eu não faturava em um mês como executiva de negócios. Estou empolgada em ser uma New Face de 31 anos e feliz por ter sido tão bem aceita no mercado” diz a modelo que recentemente foi fotografada pelo famoso fotógrafo Paschoal Rodriguez, conhecido como fotógrafo das estrelas.
Para o agente Elian Gallardo a maturidade de Larissa e o momento em que ela foi lançada no mercado a tornam uma ”New face” promissora: ”Larissa tem uma carreira no mundo dos negócios e enxerga sua carreira de modelo como uma empresa e traz toda sua bagagem empreendedora. Imagino que essa geração de modelos vai redefinir todos os padrões. A Larissa é uma new face e pode ser uma top model” finaliza.