Apesar de intrinsicamente relacionados, emoção e sentimento não são sinônimos

Você já assistiu à animação da Pixar/ Disney, DivertidaMente (Inside Out)? Ela retrata as emoções de Rilley, uma garota de 11 anos, durante a mudança para uma nova cidade.

A produção de 2015 mostra como o cérebro funciona frente a emoções como: raiva, medo, alegria, tristeza e nojo. Estas são chamadas de emoções elementares que, combinadas entre si, originam as emoções mais complexas.

A emoção é um estado mental e fisiológico relacionado aos sentimentos, pensamentos e maneiras de agir, individuais.

Apesar de intrinsicamente relacionados, emoção e sentimento não são sinônimos. A emoção é um conjunto de respostas químicas e neurais suscitadas pelo cérebro frente a estímulos ambientais, causando alterações comportamentais e fisiológicas no organismo. O sentimento, por sua vez, é a maneira como a pessoa se sente diante de determinada emoção.

É muito comum atribuirmos certas emoções ao coração, mas elas são geradas no cérebro, no Sistema Límbico. Este sistema, presente em todos os mamíferos, consiste em estruturas localizadas exatamente na região central do cérebro, distribuídas entre o hemisfério direito e esquerdo.

Estas estruturas são responsáveis, também, pela memória. As respostas emocionais interferem diretamente na aquisição e na formação de novas memórias. E é por isso que, quando recordarmos de certa situação vivenciada na infância, podemos revisitar a emoção experimentada naquele momento.

Não é possível fazermos um ranking de melhores e piores emoções. Todas têm sua importância e devem ser vivenciadas. Convivemos com emoções o tempo todo; elas fazem parte de quem somos e são imprescindíveis para o instinto de sobrevivência.

O medo e nojo, por exemplo, nos auxiliam a sair de enrascadas. Quando nos deparamos com algum perigo eminente, o medo ativa nosso instinto primitivo de luta ou fuga, nos auxiliando a tomar a decisão mais prudente.

O nojo evita a ingestão de substâncias que podem ser nocivas, como um sanduíche estragado. A raiva leva uma pessoa a se defender, estimulando o senso de justiça.

É senso comum que a alegria seja a emoção “mais positiva” e, sim, momentos alegres devem ser aproveitados, mas temos que dar vazão à tristeza quando necessário. Diferente do que pensamos, não precisamos ser felizes o tempo todo.

Tanto a alegria quanto a tristeza têm igual valor na vida. Só reconhecemos uma porque a outra existe. Permitir-se estar triste, em alguns momentos, nos edifica, permite o autoconhecimento, tornando-nos mais maduros e experientes. A questão é não deixar que a tristeza ultrapasse os limites e afete a rotina diária.

Isabel Christina Mignoni Homem – Professora da Estácio Curitiba

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