Tem gente que precisa chocar e magoar para chamar a atenção!
Atitudes negativas de uma pessoa podem ser uma forma dela querer chamar a atenção. Neurocientista Fabiano de Abreu mostra que, antes de julgar o outro, é importante compreender e refletir sobre as razões que levaram a pessoa a tomar aquela atitude. Afinal, ela pode estar precisando de sua atenção e não soube chamar isso da maneira correta.
Quem nunca se deparou com uma situação em que uma pessoa, seja um familiar, um mero conhecido, ou um colega de trabalho fez uma atitude negativa? Ainda mais quando não concordamos com aquilo que está acontecendo bem diante de nossos olhos. Antes de repreender o outra pela forma infeliz de ter feito tal ação, é importante parar por um instante e entender as razões que levaram aquele indivíduo a agir daquela forma.
Segundo o neurocientista, filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu, tal conduta pode ser, na verdade, uma forma daquela pessoa chamar a atenção: “Há detalhes escondidos que nos escapam e, nos dias de hoje, vivemos tão absorvidos em nossos problemas individuais, que nos falta disponibilidade e vontade para doar o nosso tempo e a nossa atenção ao outro”. Além disso, é preciso compreender também que “quando alguém reage negativamente no intuito de chamar nossa atenção, precisamos analisar mais fundo a situação com discernimento e compreensão”.
Diante disso, Abreu é preciso avaliar a situação em toda a situação. Ele pondera que, “se não somos capazes de discernir e entender qual é, necessariamente, a necessidade do outro, ao agir de tal maneira, acabamos realizando um mau julgamento, e pioramos o cenário que já é desgastante por si só.”
O que fazer então?
O conselho do especialista é bem direto: “A chave para lidar com pessoas que, continuamente, tentam se promover com atitudes negativas é não revidar, não reagir, não levar para o pessoal. Devemos compreender a raiz do problema e tratar a partir daí.” É preciso lembrar que, Fabiano detalha, “essas pessoas agem por impulso e não possuem domínio emocional, muito menos autoconhecimento para entenderem a si mesmos, e nem se quer sabem, na verdade, quais são as suas reais necessidades, por isso, tentam chamar a nossa atenção de uma forma negativa, para que nós tentemos ajudá-los a descobrir o que, de fato, necessitam.
Ou seja, eles estão gritando por ajuda.”, completa.
Quando se encontra uma pessoa nesta situação, Fabiano de Abreu ressalta que “inconscientemente, elas estão dizendo: ‘Por favor, me ajudem! Me salvem de mim mesmo! Eu não sei o que preciso e por isso me irrito tanto!'” Mas tal suporte não é tão fácil assim de ser alcançado. “A maioria das pessoas são orgulhosas e não vão aceitar opiniões vazias, ou meros achismos, essas opiniões podem soar como julgamentos e deixá-los até mais nervosos.”
O jeito é esperar pacientemente que se acalme.
Passada a situação negativa, use a sabedoria para lidar com essa situação. Para o neurocientista, “é inteligente se afastar por algumas horas, e esperar o melhor momento para conversar, um momento onde estarão mais descontraídos e calmos, para voltar ao assunto de uma forma amigável, sem que eles entendam que estão sendo repreendidos, pelo contrário.”
Assim, “para obter bons resultados com pessoas impulsivas, eles precisarão sentir que estão sendo acolhidos, e que naquele momento, a sua atenção está totalmente voltada para eles”, destaca.
Situações como essa são muito comuns. Podem acontecer com um filho, um marido, uma esposa, uma mãe ou um pai, afinal, podem acontecer com qualquer pessoa. Por isso, antes de recriminar o outro, uma boa dose de paciência é fundamental: “atitudes negativas podem não ser um retrato de uma personalidade malvada, pode ser apenas a única forma que conhecem de chamar a sua atenção.”
Como ajudar?
Fabiano reforça que as pessoas que tentam chamar a atenção negativamente precisam de ajuda para descobrirem quem são de verdade. E não é um caminho fácil, pois dependendo do contexto em que a pessoa se encontra, o tipo de suporte deve ser feito por um profissional que auxilie no caminho do autoconhecimento: “Ao invés de apontar o dedo e julgá-los, indique caminhos para que eles possam descobrir quais são as suas reais necessidades, porque na maioria das vezes, eles não sabem quais são”, conclui.