Tristeza
Às vezes nos deparamos com (e em) situações que acreditamos jamais aconteceriam.
Mas acontecem.
E quando nos damos conta, estamos no chão, inertes.
Tentamos levantar, olhamos à nossa volta sem entender o que nos derrubou.
E aí, vem a tristeza, e com ela zilhões de perguntas, que entre lágrimas, dor e prostração, ficam sem respostas.
Com a sensação de que o mundo desabou. Robotizados e sem noção, caminhamos para o abismo.
Estamos tristes ou deprimidos ?
Tristeza, presumimos, é aquele sentimento de achar que podemos, que com um pouco de esforço, conseguimos sair do nosso casulo para fazermos coisas corriqueiras, mercado, cozinhar, regar plantas… E lá vamos nós, sem muita vontade, mas seguimos em frente.
E quando não sentimos vontade para absolutamente nada? Sequer sair da cama, comer, andar, pensar, falar…
E quando a vontade de desistir de tudo aflora? Acionamos o “dane-se” e seja lá o que Deus quiser? Isto é depressão?
Quando aconteceu comigo, fui fazer terapia. Buscar respostas, entender e aceitar o que havia acontecido.
Perguntas… Perguntas… Perguntas. Mas eu precisava dar um rumo à minha vida. Ia me arrastando para a terapia. De tão desanimada, às vezes omitia verdades que me machucavam… Fugia delas. Procurava consolo na música (ou ela nos levanta ou nos afunda de vez).
Lentamente fui saindo daquele buraco que pensava sem fundo. Um ano e meio de terapia, devagar, cada dia um passo e assim consegui chegar num nível razoável de aceitação. Não digo que foi sem dor… Doeu muito… E ainda dói.
Têm dias que sinto que estou a um passo de buraco de novo, então percebo o quão longe consegui chegar (aos trancos e barrancos!) e procuro desviar daquele caminho, mas fico na dúvida, será que me recuperei ou será que ainda preciso de ajuda ?
Anaaaa!!!**
** A Autora fez uma referência à nossa colunista Ana Carvalho – Energize-se, terapeuta da Consonare.