Preservação da fertilidade: tabu nas consultas ginecológicas que afeta a carreira feminina

Pesquisa revela desconhecimento sobre congelamento de óvulos e infertilidade, tema pouco abordado em consultórios e essencial para o planejamento reprodutivo e profissional

Em pleno Junho Laranja, mês dedicado à conscientização sobre infertilidade, um levantamento recente expõe um dado preocupante: a preservação da fertilidade ainda é um tema pouco discutido nas consultas ginecológicas, impactando diretamente o planejamento de carreira e maternidade das mulheres. A pesquisa da Merck, realizada com 550 brasileiras entre 25 e 45 anos das classes A, B e C, mostra que 55% das entrevistadas conhecem pouco ou nada sobre procedimentos como congelamento de óvulos, embriões e sêmen — técnicas fundamentais para quem deseja postergar a maternidade com segurança.

O estudo também revela que, entre mulheres de 36 a 45 anos, 86% afirmam que seus ginecologistas nunca abordaram tratamentos de infertilidade ou preservação da fertilidade durante as consultas. Além disso, a maioria não considera a possibilidade de preservar seus óvulos para o futuro, indicando que o planejamento familiar ainda não está integrado à vida prática, mesmo entre as mais maduras e experientes.

O ginecologista e especialista em medicina reprodutiva Dr. Maurício Chehin, do Grupo Huntington, destaca que “infelizmente, o conceito de planejamento familiar ainda está muito ligado à contracepção”. Ele explica que “o ginecologista está treinado para orientar as pacientes sobre como evitar a gravidez indesejada, mas raramente a questiona a respeito de sua reserva ovariana ou seus planos futuros de maternidade”. Essa lacuna de conhecimento se estende a outras técnicas e aspectos legais: 54% das mulheres dizem conhecer pouco ou nada sobre fertilização in vitro (FIV) e inseminação artificial; 77% desconhecem a legislação brasileira de reprodução assistida; e 86% não sabem o que é oncopreservação, técnica que preserva a fertilidade em pacientes com câncer.

Para o especialista, ampliar o conceito de planejamento familiar é fundamental, especialmente após os 30 anos. “Se a paciente tem mais de 35 e não pretende engravidar tão cedo, é importante avaliar sua reserva ovariana. Dependendo do resultado e dos planos de vida, o congelamento de óvulos pode ser uma decisão estratégica, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional”, afirma Chehin.

Exemplos recentes, como o da influenciadora Mari Gonzalez, que compartilhou o início do processo de congelamento de óvulos, ajudam a dar visibilidade ao tema. A apresentadora Ana Hickmann, aos 44 anos, também relatou arrependimento por não ter congelado seus óvulos antes, evidenciando a importância do acesso à informação e incentivo médico.

Apesar dos avanços nos tratamentos de reprodução assistida, apenas 10% das mulheres afirmam ter algum conhecimento sobre os principais procedimentos de preservação da fertilidade, e uma em cada dez desconhece totalmente essas técnicas. Segundo Chehin, “nos últimos dez anos, o congelamento de óvulos evoluiu muito e se tornou mais acessível. Ainda assim, há um desafio de conscientização – não apenas entre pacientes, mas também entre profissionais de saúde”. Por isso, o Grupo Huntington investe em educação médica continuada, campanhas informativas e participação em congressos para colocar o tema no centro das conversas nos consultórios.

Este cenário reforça a necessidade de quebrar tabus e ampliar o diálogo sobre preservação da fertilidade, alinhando saúde reprodutiva e escolhas profissionais para que as mulheres possam planejar seu futuro com mais segurança e autonomia.

(Fonte: assessoria de imprensa)

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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