Brasil avança para eliminar a transmissão vertical do HIV e garante maternidade segura
Com menos de 2% de transmissão em 2023, Brasil entrega documentação à OPAS para certificação histórica
O Brasil está prestes a se tornar referência mundial na eliminação da transmissão vertical do HIV, que ocorre quando o vírus é passado de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação. Em 2023, menos de 2% dos bebês nascidos de mães que vivem com HIV foram contaminados, e a taxa de incidência caiu para menos de 0,5 por mil nascidos vivos. Com esses números expressivos, o país entregou à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a documentação necessária para receber o certificado oficial de eliminação da transmissão vertical do HIV.
Segundo o ginecologista e especialista em reprodução humana Dr. Vamberto Maia Filho, “hoje, com o tratamento adequado, o risco de transmissão do vírus para o bebê é praticamente zero”. Ele destaca que o avanço é motivo de celebração, mas também um chamado à conscientização para romper o estigma que ainda cerca as mulheres que vivem com HIV. “É fundamental quebrarmos o estigma de que mulheres com HIV não podem ser mães. Isso é uma inverdade que ficou no passado”, afirma o especialista.
O Brasil tem investido em ações eficazes para garantir a saúde das gestantes soropositivas, como a testagem no pré-natal, o uso contínuo de antirretrovirais durante a gravidez e o acompanhamento com equipes de saúde especializadas. Em 2023 e 2024, o país alcançou mais de 95% de cobertura em pelo menos uma consulta pré-natal, testagem para HIV e início de tratamento para gestantes vivendo com o vírus.
“Com o acompanhamento correto desde o planejamento da gravidez até o parto, é possível garantir não só a saúde do bebê, mas também a qualidade de vida da mãe. Ser mãe é um direito, e a medicina está aqui para apoiar isso com segurança”, reforça Dr. Vamberto Maia Filho.
Além da redução na transmissão vertical, o Brasil também registrou uma queda significativa na taxa de mortalidade por aids, que chegou a 3,9, o menor índice desde 2013. A ampliação da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a oferta de testes rápidos também contribuem para frear o avanço do vírus no país.
A eliminação da transmissão vertical do HIV representa não apenas um avanço sanitário, mas um marco social. Ainda hoje, muitas mulheres enfrentam preconceito e desinformação, o que pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento. “Quando falamos de HIV, ainda enfrentamos muito tabu. É preciso desmistificar o vírus e entender que viver com HIV não é uma sentença. É uma condição de saúde que, com responsabilidade e apoio, pode ser perfeitamente compatível com uma vida plena, inclusive com a maternidade”, conclui o especialista.
O Brasil agora aguarda a chancela oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) para se juntar a outros 19 países que já receberam o certificado de eliminação da transmissão vertical do HIV. Mais do que um reconhecimento internacional, essa conquista abre um novo capítulo para milhares de mulheres brasileiras: o da maternidade livre de medo e com total segurança.
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Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA