Inspiração: Ela superou a depressão e hoje enfrenta o preconceito
Atleta, dona de casa, mãe de três filhos, 40 anos de idade. Andréia Tokutake, paranaense, levava uma vida como de qualquer pessoa que trabalha todos os dias, administra o lar e pratica atividade física, no caso dela era a corrida. A rotina, aliada a uma decepção pessoal, acabou levando Andréia para uma depressão, em 2017.
A doença, marcada por tristeza profunda e baixa autoestima, foi superada em alguns meses, a partir do momento em que ela, através de uma personal trainer, conheceu o fisiculturismo. Hoje, aos 44 anos, Andréia é vice-campeã Sul-Americana Wellness 2019.
A fisiculturista, que superou a depressão e se tornou incentivadora de mulheres nos quesitos saúde, esportes e beleza, hoje luta contra o preconceito. Ela conta que quando entrou para o fisiculturismo começou a ser discriminada pelos músculos que se tornaram evidentes em seu corpo. A discriminação ocorria tanto por parte de homens quanto de mulheres, inclusive de pessoas conhecidas.
E o preconceito não parou por aí. Como ela entrou para o fisiculturismo aos 40 anos, algumas atletas mais novas começaram a questionar a sua capacidade no esporte. Esse questionamento persiste até os dias atuais. “Enfrentar o preconceito por ser mulher e pela idade é tão triste quanto passar pela depressão. Não é porque eu sou mulher que não vou praticar um esporte que exige esforço físico e não é a idade que impedirá de me superar a cada dia e mostrar que quando existe força de vontade é possível superar os desafios e vencer”, diz Andréia.
Para a fisiculturista, não é o preconceito que irá fazê-la desistir dos seus sonhos. Ela se prepara para disputar um novo campeonato em São Paulo, em novembro próximo.
Até lá, Andréia pretende continuar treinando e mais do que isso: ajudando as mulheres a recuperarem a autoestima. “Eu consegui me curar da depressão e voltar a ser a mulher forte que eu sempre fui, exemplo para os meus filhos, e hoje quero continuar ajudando as mulheres, independente da idade, a emagrecerem com saúde, a se dedicarem a um esporte, a se sentirem lindas e encararem o preconceito por idade, raça ou cor”, fala.
Andréia criou o projeto voluntário Você Pode Mais. “Se eu posso, então você pode mais. É com esse pensamento que eu incentivo as mulheres que me procuram, minhas seguidoras, a enfrentarem seus medos”, explica.
O projeto conta com nutricionista, psicólogo e personal trainer, profissionais que acompanham por três meses as mulheres escolhidas em cada edição do Você Pode Mais. Nesse período, elas recebem dicas de alimentação saudável e de prática esportiva, além de orientação psicológica quando necessário.