Mounjaro pode reduzir tumores de câncer de mama e ajudar na perda de peso, revela estudo
Pesquisa inédita da Universidade de Michigan mostra que tirzepatida diminui tumores em camundongos e abre caminho para novas abordagens contra o câncer de mama
Um estudo recente da Universidade de Michigan, apresentado na ENDO 2025, reunião anual da Sociedade de Endocrinologia, trouxe uma descoberta promissora no combate ao câncer de mama. A pesquisa avaliou o efeito da tirzepatida, medicamento conhecido comercialmente como Mounjaro para diabetes e Zepbound para obesidade, em camundongos com tumores de câncer de mama. Os resultados indicaram uma redução de cerca de 20% nos tumores, acompanhada de uma perda de peso proporcional nos animais.
Durante 16 semanas, camundongos jovens foram submetidos a um ambiente que estimulava a obesidade e receberam doses de tirzepatida ou placebo a cada dois dias. Os animais tratados perderam aproximadamente 20% do peso corporal, e essa diminuição foi acompanhada por uma redução proporcional no tamanho dos tumores. Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma, destaca que “os benefícios dos agonistas de GLP-1 podem ir além do controle do diabetes e da perda de peso”, sugerindo que o medicamento atua também no metabolismo celular e na inflamação crônica, fatores ligados ao desenvolvimento do câncer.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, com mais de 73 mil novos casos estimados anualmente no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A obesidade é um fator de risco importante, pois promove um estado inflamatório crônico e altera os níveis hormonais, especialmente o estrogênio, favorecendo o surgimento dos tumores. “Medicações que promovem perda de peso e têm efeitos anti-inflamatórios diretos representam uma abordagem muito interessante na prevenção”, afirma Rascovski.
Apesar dos resultados animadores, os especialistas alertam que o estudo é pré-clínico, realizado em modelos animais, e que são necessários ensaios clínicos em humanos para confirmar a eficácia e segurança da tirzepatida na prevenção do câncer de mama. O oncologista Daniel Gimenes, da Oncoclínicas, ressalta: “Ainda precisamos de muito mais evidências antes de considerar o uso destes medicamentos especificamente para prevenção de câncer”.
Além disso, pesquisas recentes reforçam o potencial dos agonistas de GLP-1 na redução do risco de câncer associado à obesidade. Um estudo apresentado na Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) com mais de 170 mil pacientes mostrou que o uso desses medicamentos está ligado a uma redução de 7% no risco de desenvolver 14 tipos de câncer relacionados à obesidade, incluindo o câncer de mama em mulheres pós-menopáusicas.
As chamadas “canetas emagrecedoras”, como a tirzepatida, agem simulando o hormônio GLP-1, que regula a glicemia, diminui a fome e aumenta a saciedade. Elas foram inicialmente desenvolvidas para tratar diabetes, mas têm sido usadas também no combate à obesidade, um problema que afeta cerca de 31% da população brasileira, segundo dados recentes.
Esses avanços indicam que o uso de medicamentos da classe GLP-1 pode representar uma nova fronteira no tratamento e prevenção do câncer de mama, especialmente em mulheres com obesidade. No entanto, a comunidade científica reforça a necessidade de mais estudos para estabelecer protocolos clínicos seguros e eficazes.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Oncoclínicas&Co e dados apresentados em eventos científicos recentes.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA