Luto Migratório: Entenda a Dor Invisível de Quem Recomeça em Outro País
Especialista explica as fases emocionais enfrentadas por imigrantes e como lidar com essa transição
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Mudar de país vai muito além de uma simples troca de endereço — é uma jornada emocional repleta de desafios e perdas invisíveis. Conhecido como “luto migratório”, esse processo afeta imigrantes de todas as nacionalidades, independentemente do destino escolhido. Mas o que exatamente significa esse luto e como ele se manifesta?
A psicóloga Maria Klien, especialista em terapia assistida e cannabis medicinal, esclarece que o luto migratório não se resume à saudade de casa. “É um luto multidimensional, que envolve a perda de vínculos afetivos, referências culturais, idioma, status social e até mesmo da própria identidade”, explica. Segundo ela, esse processo pode ser tão intenso quanto o luto tradicional, passando por fases como negação, raiva, negociação, depressão e, finalmente, aceitação.
As Faces do Luto Migratório
Maria Klien destaca que cada pessoa vivencia o luto migratório de forma única, mas alguns sentimentos são comuns:
– Saudade da rede de apoio: amigos, familiares e colegas deixados para trás.
– Choque cultural: dificuldade de se adaptar a novos hábitos, normas sociais e até mesmo ao clima.
– Perda de identidade: a sensação de não se reconhecer no novo contexto, especialmente quando a profissão ou o status social mudam radicalmente.
Como Lidar com a Transição
A especialista enfatiza a importância de buscar apoio psicológico quando as emoções se tornam esmagadoras. “A terapia ajuda a elaborar essas perdas e a reconstruir uma identidade no novo país”, afirma. Além disso, ela recomenda:
– Manter conexões com a cultura de origem: celebrar tradições, cozinhar pratos típicos e manter contato com a comunidade de imigrantes.
– Abrir-se para o novo: aprender o idioma local, explorar a cultura e construir novas relações.
Um Processo Transformador
Embora doloroso, o luto migratório também pode ser uma oportunidade de crescimento. “Reconhecer essa dor é o primeiro passo para transformá-la em resiliência”, conclui Maria Klien. Para ela, a empatia e o acolhimento são essenciais — tanto por parte do imigrante quanto da sociedade que o recebe.
Se você está passando por essa transição, lembre-se: não está sozinha. Permitir-se sentir e buscar ajuda são passos fundamentais para transformar o recomeço em uma jornada de autodescoberta.
*Sobre Maria Klien*: Psicóloga especializada em ansiedade e medo, Maria Klien integra métodos tradicionais e terapias complementares para promover equilíbrio emocional. Sua abordagem visa auxiliar pacientes a enfrentar desafios psicológicos em contextos de mudança e adaptação.