Dopamine Décor: Como a Decoração Pode Estimular o Prazer e a Felicidade em Casa

Descubra como cores vibrantes, objetos afetivos e ambientes personalizados ativam a dopamina e promovem bem-estar emocional nos lares contemporâneos.

Sentir emoções por meio de elementos do próprio ambiente tem se tornado uma tendência crescente, impulsionada pelo Dopamine Décor. Essa proposta, aplicada pela arquiteta Cristiane Schiavoni, busca estimular a produção de dopamina a partir de cores, objetos e composições decorativas que despertam nos moradores sensações de bem-estar e pertencimento.

No apartamento localizado no Guarujá, a arquiteta Cristiane Schiavoni inspirou-se nos sentimentos positivos que o mar proporciona para ousar nas cores. Na porta de entrada, a face interna exibe o amarelo e é ladeada por uma obra de arte. No dormitório, o laranja queimado também se sintoniza com a dupla de quadros. O resultado é imóvel com identidade visual forte, onde o conforto sensorial e a estética caminham juntos.

De uns tempos para cá, fala-se muito da dopamina, um neurotransmissor produzido em nosso cérebro para a boa qualidade de nossas vidas. Com ela em equilíbrio, vivemos mais felizes, dispostos e com outras funções reguladas em nossos corpos. Não demorou muito para que o conceito dopamine décor viesse à baila, já que a arquitetura de interiores busca prover sensações semelhantes em nossas casas: alegria, identidade e bem-estar.

“Depois que o termo começou a ser disseminado, por conta de uma trend no TikTok, entendi que eu já trabalhava com esse modo de pensar há muito tempo”, afirma a arquiteta Cristiane Schiavoni, que defende a decoração como uma ferramenta poderosa de cuidado emocional. “Tudo isso diz respeito ao prazer de estarmos em casa”, sintetiza. Ao invés de ambientes frios, impessoais ou excessivamente planejados para impressionar, o décor com dopamina propõe algo mais íntimo: espaços como reflexo do que nos faz bem. A profissional relata que cores vibrantes, objetos com histórias, lembranças de infância e até mesmo peças excêntricas compõem essa linguagem que toca o coração e a alma.

Para a profissional, o estilo se propõe a conceber ambientes que sejam moldados não por modismos, mas com estímulos que gerem alegria genuína dentro de uma liberdade estética e forte conexão emocional com quem vive ali. “Conforme pesquisas no campo da neurobiologia, quando nosso cérebro se depara com uma estética agradável, ele se ativa tal qual o frisson que sentimos quando estamos apaixonados”, compara.

Na opinião de Cristiane, inserir dopamina na arquitetura de interiores implica em ativar diretamente nossa saúde mental, pois uma vez que os elementos escolhidos acessem um sentido emocional, o morador cria uma atmosfera que acolhe e energiza. Pensando que nossos esforços estão sempre ligados em promover o bom humor como forma de aliviar sintomas de depressão, estresse e ansiedade, a aplicação de cores vivas, tecidos com texturas prazerosas, móveis herdados de parentes e fotos de momentos especiais contribuem para o sentimento de pertencimento.

Sem medo de investir nas cores, a arquiteta ousa ao designar o azul como protagonista em ambientes como a cozinha, e combina revestimentos marcantes com marcenaria vibrante para criar espaços únicos e acolhedores.

Cada centímetro dos ambientes é ocupado com propósito e destemor. Estampas, texturas e cores vibrantes convivem em perfeita harmonia e entregam uma atmosfera rica em camadas visuais. Ao contrário do minimalismo, que valoriza a simplicidade e a neutralidade, a decoração com dopamina celebra o excesso com propósito que, até certo ponto, aproxima-se do maximalismo. “A diferença está na forma livre que caminha mais para o emocional do que o estético”, define.

No final das contas, a chave está na autenticidade, não importando o viés decorativo que pode ser contemporâneo, boho, escandinavo, industrial ou uma mistura de todos. “O primordial é que o espaço reflita quem vive ali”, valida Cristiane.

A natureza também é uma aliada importante nesse tipo de decoração. Plantas, luz natural e até a vista da janela são fundamentais na construção de ambientes que favoreçam o equilíbrio emocional. “Paisagismo é uma maneira eficaz de nos elevar. É terapêutico, bonito e acessível”, destaca a arquiteta.

Um dos grandes trunfos do dopamine décor é a democratização do design, que não exige um orçamento elevado. Cristiane se pauta em três perguntas essenciais: o que te faz bem? De que objetos você sente saudade? Que cores fazem seu coração vibrar? “No final de tudo, o que queremos entregar ao nosso cliente é o amor que sentirá pelo local onde vive”, conclui.

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Por Henrique Araújo

Artigo de opinião

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