Dia do Solteiro (15/8): Medo de contaminação pela covid-19 leva pessoas a reatarem antigos relacionamentos
No próximo sábado (15/8), comemora-se o Dia dos Solteiros, devido às medidas de distanciamento social, desde meados de março deste ano, promoveu alterações no convívio entre as pessoas. Mesmo com a possibilidade de conexões através das redes sociais, vídeo-chamadas ou envio de fotos, muitos sentem falta do contato físico.
O Instituto Francês de Opinião Pública divulgou no dia 3 de agosto uma pesquisa sobre as consequências da Covid-19 na vida sexual dos solteiros na França. Entre todos os entrevistados solteiros, 29% tiveram ao menos uma relação sexual nos meses seguintes ao lockdown na França. Para 25%, o ato ocorreu com uma pessoa conhecida, seja ex-namorados ou parceiros ocasionais. Apenas 5% e 6% tiveram uma relação sexual com alguém que conheceram depois de 11 de maio – quando as medidas de distanciamento social começaram a ser relaxadas na França. Aqui no Brasil não há dados sobre isso.
Para tentar amenizar a solidão sentida, muitas pessoas estão optando por reatarem relacionamentos amorosos antigos pelo simples fato de já conhecerem o parceiro. Segundo a psicóloga Amanda Fitas, “Se o desejo é apenas para não estar sozinho durante o isolamento, têm grandes chances de quando tudo “normalizar”, essa pessoa até terminar, já que o ato de reatar não foi pelo valor da relação em si, e sim pela facilidade”.
A especialista em relacionamento conta que recebeu muitas mensagens de pessoas falando que haviam terminado, e revelando que pensavam em voltar com o ex, já que na pandemia não poderiam sair. A linha dos pensamentos eram “Por que não arriscar?”
Amanda revela que não é nem a favor e nem contra: “Se a volta for alinhada com um amadurecimento dos dois, é uma boa opção. Mas se for apenas para não estar sozinho, a chance de término bem próximo é quase que certeza”.
AMIZADE COLORIDA:
Com o isolamento também surgiram muitas pessoas querendo mergulhar no status da ‘amizade colorida’, a psicóloga acredita que quando são amigos e estão de comum acordo, os dois querem curtir e/ou os dois querem algo sério, a chance de rompimentos da amizade é menor. Porém, se as vontades e desejos estiverem desalinhados, pode acontecer sim da relação chegar ao fim, tanto da amizade como amorosa.
“O medo da solidão é muito comum, muitas pessoas acreditam que elas vão morrer sozinha e carregam uma dor muito grande. Principalmente para aquelas que tem um ‘modelo de vida’ em que ela se sentiria mais completa com uma família, com um casamento”, comenta Amanda Fitas.
AUMENTA DE CONTAS EM APLICATIVOS:
A demanda de novas contas em aplicativos de relacionamentos também cresceu. Amanda acredita que as conversas são uma maneira de terem um contato, pois muitas não prefeririam marcar encontros, até por não terem muitas opções de lugares e também não se sentiram confortáveis.
“As pessoas veem nesses aplicativos uma chance de conversa, de conhecer pessoas novas, já que as saídas físicas não estão mais acontecendo. Muitos recorreram para esses sistemas para terem essas ‘trocas'”, finaliza a psicóloga.