Pets podem consumir por volta de 230 produtos à base de cannabis já disponíveis no mercado
De acordo com a Kaya Mind, 58,9% dos produtos para pets são à base de cânhamo e voltados para cachorros, espécie mais explorada pelos estudos científicos
Um mapeamento realizado pela Kaya Mind, primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis, do cânhamo e de seus periféricos, mostrou que há por volta de 230 produtos à base de cannabis, já disponíveis no mercado, e que podem ser consumidos por pets.
De acordo com a startup, os dados fazem parte do novo relatório “Cannabis no Mercado Pet”, que será lançado em julho, para entender a relação da cannabis com o mercado pet atualmente no Brasil. Ao todo, foram 229 produtos de 36 fabricantes oriundas de 4 países diferentes. A partir disso, constatou-se que a maioria, que equivale a 58,9%, é à base de cânhamo e voltada para cachorros, espécie mais explorada pelos estudos científicos.
O mapeamento mostra, ainda, que das 36 marcas responsáveis pela produção, 16 trabalham exclusivamente com o mercado de cannabis para pets, ou seja, 44% do total. As outras 20 marcas vendem produtos para humanos e dispõem de uma linha pet ou de algum produto voltado para animais. Em números, representam 56% do universo estudado.
O investimento nesses tipos de tratamentos pode variar de acordo com o tamanho do animal e espécie. O preço médio de produtos para cães está entre na faixa de R$ 164,49 para porte pequeno, R$ 212,35 porte médio e R$ 364,40 porte grande. Já para felinos, o valor está cerca de R$ 187,21 – nesse caso, o preço não é calculado por porte, pois a variedade de porte entre os gatos é muito menos discrepante do que a dos cachorros, o que não causa uma diferença relevante entre a média de preços por miligrama dos produtos indicados.
A lista de condições médicas que os produtos à base de cannabis para pets podem ajudar a tratar é variada, incluindo dores localizadas e crônicas, ansiedade, câncer, hiperestesia e mais. Entretanto, assim como qualquer medicamento, deve ser prescrito e acompanhado por um profissional da área.
Ainda, o estudo também aponta especificidades como os sabores que predominam nesses produtos, sendo eles natural, bacon e frango. Essa é uma informação relevante, afinal, muitos animais têm a necessidade de ingerir produtos mais palatáveis, considerando suas dificuldades em consumi-los e dos tutores de administrá-los.
A quantidade de produtos listados, 239, não representa o universo total dos itens existentes, mas, sim, daqueles mapeados pela startup. Além disso, nem todos os insumos analisados estão disponíveis para compra no Brasil e não podem ser acessados legalmente no país, pois as regulamentações em vigor (RDC 327 e 660) não contemplam o uso veterinário.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a importação de produtos à base de cannabis por meio de receituário médico. Em 2019, a Anvisa regulamentou a pesquisa, produção e venda de remédios no país por parte da indústria farmacêutica, embora as plantas ainda precisem ser importadas, o que torna os remédios menos acessíveis.