Workaholic, quando se deixa a vida pessoal de lado
Por Jocely Burda
Aqui estamos nós retomando a vida com toda sua plenitude e com sede de viver cada segundo com muita intensidade. Isso é o reinício da vida pós pandemia.
Durante a pandemia tudo o que fazíamos era trabalhar, cuidar da casa e da família. Ficar em isolamento não permitiu muitas alternativas. E esta situação facilitou a inclusão no mundo workaholic, que quer dizer aquele que trabalha excessivamente e não consegue se desligar, sendo assim o trabalho vem em primeiro lugar e muitas vezes nem é porque gosta dele, mas pela necessidade interna de dedicação total estipulada pela própria pessoa.
Considerando a necessidade de estar ligado a tudo o que acontece em sua profissão, com informações, seja pela internet, pelos grupos sociais ou de afinidades, o profissional passa a ser compulsivo ao trabalho. O Workaholic tem medo de fracassar e por isso cada vez mais ele permanece neste ambiente, querendo o controle de tudo e de todos, dando o melhor de si para um melhor resultado, esse extremo faz com que se deixe de lado o equilíbrio nas diversas áreas da vida, e se perde de ocorrências simples como reunião de amigos, passear num parque, dar uma volta na cidade, comemorar datas especiais com a família e, acima de tudo se esquece que a sua saúde é tanto física como mental.
Para saber se você está no caminho deste distúrbio avalie como está sua carga horária de trabalho, sua motivação para a realizar atividades profissionais, se anda nervoso, mal-humorado, emocionalmente esgotado, com baixo nível de prazer profissional ou insatisfeito com a carreira com seus resultados. Se suas repostas causaram reflexões, então é hora de parar e entender que toda esta dedicação e apego ao trabalho causa prejuízos em outros campos da vida, mas o que realmente importa é tomar consciência deste fato e fazer algo por si mesmo.
Então, deixo aqui algumas dicas para que você não se torne um Workaholic:
• Considere ter uma carga horária de trabalho, de tal modo que o restante do tempo possa realizar outras atividades, a vida precisa ser vivida.
• Estabeleça limites e tenha disciplina para realizar seus sonhos e desejos.
• Considere e respeite sua condição física e sua saúde mental.
• Converse com pessoas que não façam parte do círculo profissional, assim facilita a lembrança de outras atividades.
• Se sentir que chegou num momento da vida em que a felicidade é uma palavra que não aparece, procure ajuda.
Jocely Burda, psicóloga, especialista em Gestão de Pessoas e professora na Estácio Curitiba