Cosméticos infantis e seus potenciais riscos às crianças
Estudo da Dra. Jackeline Alecrim, publicado no livro "Saúde da Criança e do adolescente", demonstra que a pele infantil possui características próprias e diferentes das peles dos adultos.
O Brasil está entre os países que mais consomem cosméticos infantis no mundo. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), em 2013, o país ocupava o 2º lugar em consumo de cosméticos infantis. Além disso, entre 2011 e 2016, houve um aumento de vendas de cerca de 45%, demonstrando tendência de crescimento que se confirma ano após ano.
Por isso, é necessário que haja uma regulamentação e cuidados específicos no momento de escolher quais xampus, condicionadores e sabonetes, por exemplo, serão inseridos no dia a dia das crianças. Para a cientista, Dra. Jackeline Alecrim, é necessário levar em consideração que a pele das crianças é considerada sensível e frágil devido a imaturidade das estruturas constituintes que, posteriormente, formarão a pele com todas as funções da de um adulto.
De acordo com o estudo realizado pela pesquisadora, membros e do seu grupo de estudos e pelo pediatra Dr. Fabiano Tebas, a pele infantil possui diversas características que a tornam mais suscetível a problemas se submetida a um produto escolhido sem criteriosidade. O PH da pele infantil, por exemplo, é neutro, o que compromete a defesa contra a proliferação bacteriana,
“Existem especificidades para cada faixa etária, a maturação da pele infantil é gradual, de modo que os cuidados devem obedecer às diferentes características fisiológicas”, explica Alecrim.
Os riscos de utilização de produtos não próprios para crianças vão desde queimaduras até necrose hemorrágica. Entre as substâncias presentes nesses produtos, os conservantes foram apontados como as mais propícias a causarem sensibilidades, alergias e reações adversas de modo geral.
Por isso, os órgãos reguladores e os consumidores devem agir de modo mais atencioso com os produtos destinados ao público infantil. No Brasil, o órgão responsável por fiscalizar e assegurar a qualidade de tais produtos é a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA), porém o consumidor também deve verificar as substâncias utilizadas e notificar caso ocorra qualquer tipo de alteração pós uso.