Mitos e verdades sobre o sono
O que é preciso saber para dormir melhor
Dormir bem é essencial para a saúde, por isso, reunimos alguns mitos e verdades sobre distúrbios comuns para ajudar a entender como melhorar a qualidade do sono.
Ingerir bebidas alcoólicas antes de dormir ajuda a ter um sono de qualidade (Mito)
“Apesar da bebida alcoólica facilitar o início do sono, num primeiro momento, o resultado geral é um sono de má qualidade (com menor tempo em fases profundas) e com maior quantidade de despertares. O álcool, por sua ação relaxante muscular e depressora do sistema nervoso central, aumenta os riscos de distúrbios respiratórios durante o sono – como ronco e apneia obstrutiva, além de tornar esses episódios de pausas respiratórias ainda mais prolongados”1, comenta Cintia.
Excesso de peso e obesidade são fatores de risco para apneia (Verdade)
Existe uma relação entre obesidade e apneia do sono em razão da variação de peso, que pode impactar na gravidade do distúrbio. Estudos como a coorte de Wisconsin, por exemplo, demonstraram que o IAH (índice de eventos de apneia por hora de sono) se eleva com o ganho de peso, ou seja, quanto maior o sobrepeso, mais severo o distúrbio de apneia.2
Há relação da apneia com diabetes e outras doenças (Verdade)
A apneia do sono é um distúrbio relacionado à piora da qualidade de vida e sono. As condições de pausas respiratórias frequentes durante o sono estão ligados a doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral e outras comorbidades.3
Apesar de os mecanismos de desregulação no metabolismo da glicose na AOS não serem completamente elucidados, existe uma relação entre a apneia e a diabetes tipo 2, sendo observada uma alta prevalência concomitante das duas condições.4
Estudos observacionais também demonstram uma forte correlação entre a gravidade da apneia obstrutiva do sono e o risco e gravidade da hipertensão, mesmo pequenos aumentos, particularmente nos níveis noturnos de pressão arterial, estão associados a aumentos significativos na morbidade e mortalidade cardiovascular.5 Portanto, as doenças relacionadas ao sono que induzem aumentos na pressão arterial afetariam substancialmente o risco cardiovascular.5
Muitas pessoas possuem apneia e não sabem (Verdade)
Estima-se que há quase 1 bilhão de pessoas são afetadas pela apneia do sono em todo o mundo. Apenas no Brasil, há um potencial de 25 milhões de habitantes com apneia do sono moderada ou grave.6 No entanto, a condição é subdiagnosticada e até 80% das pessoas com apneia moderada e grave não conhecem seu diagnóstico.7
A apneia tem relação com flutuações de humor (Verdade)
As alterações de humor, como irritabilidade, são frequentes em pessoas com apneia do sono, assim como a prevalência de depressão e ansiedade. Uma ampla quantidade de déficits cognitivos foi identificada em pacientes com AOS não tratados, desde atenção e vigilância, até memória. Essas mudanças refletem em dificuldade de concentração, esquecimento aumentado, incapacidade de tomar decisões e adormecimento ao volante de um veículo, por exemplo, e podem ter efeitos significativos na rotina diária.8
Uma vez que a apneia do sono é diagnosticada, o tratamento mais comumente indicado é a adoção regular do CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas).9 No Brasil, o tratamento para apneia pode ser realizado com equipamentos ResMed, líder mundial de soluções para o tratamento da condição. Pacientes podem acompanhar sua própria terapia com CPAP por um aplicativo gratuito e fácil de usar, chamado myAir™. O uso de tecnologias para engajamento do paciente como o myAir demonstrou melhorar a adesão ao tratamento.10
Referências:
- Entrevista concedida a ResMed em 07/12/2021. Vide também Very Well Health. Disponível em: https://www.verywellhealth.com/how-alcohol-affects-sleep-apnea-3014680
- Vishesh K. Respiratory Care. 2010. Disponível em: http://rc.rcjournal.com/content/55/9/1155/tab-pdf
- Young et al. Sleep. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2542952/pdf/aasm.31.8.1071.pdf
- Reutrakul S; Mokhles B. Chest. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5812754/pdf/main.pdf
- Calhoun DA; Harding SM. Chest. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20682533/
- Benjafield AV et al. Lancet Resp Med. 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7007763/#R25
- Lee W et al. Expert Rev Respir Med. 2008. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2727690/
- Jackson ML et al. Progress in Brain Research. Disponível em:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21531244/
- Patil SP et al. J Clin. Sleep Med. 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30736887/
- Malhotra A e cols. Chest. 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29154970/