Dermatologista explica sobre problemas de pele desenvolvidos na quarentena e como saná-los

Máscaras faciais de proteção entraram na rotina sem data para ir embora. Apesar de fundamentais, seu uso pode apresentar algumas consequências, principalmente para a pele. Assim, com o objetivo de falar mais sobre o assunto, a dermatologista Luciana Garbelini, da Clínica Luciana Garbelini, de São Paulo, explica quais são os problemas decorrentes do uso desse item de segurança, como também de outros hábitos associados à pandemia. E orienta como agir nessas situações.

Com o nome de ‘Maskne’, essa nova expressão do mundo dermatológico surge como consequência de alterações provocadas na pele por conta da utilização de máscaras de proteção. “A acne mecânica é um forma de acne desencadeada pela obstrução, atrito ou abafamento da pele por um agente físico. Nesse caso, o uso contínuo da máscara facial de proteção provoca o acúmulo de oleosidade e umidade nos poros. Como consequência, desenvolve inflamação e formação de espinhas”, explica a doutora Luciana Garbelini.

Ainda na região do rosto, os lábios também podem sofrer com a utilização da máscara, especialmente durante o inverno. Por ser uma época do ano onde essa região fica naturalmente mais seca. “O uso dessa proteção restringe os momentos de aplicação de lipbalms que ajudam a proteger do ressecamento. Então, as rachaduras e descamações podem incomodar mais do que o habitual”, destaca.

Cuidados ao usar a máscara de proteção

Em geral, peles secas são mais reativas, ou seja, há uma maior sensibilização da epiderme ressecada quando em contato com o tecido, ressalta a especialista. “Oriento hidratar com produtos específicos para a face e de acordo com cada tipo de pele. Hidratantes leves com calmantes ou água termal. Não usar maquiagem na região coberta pela máscara”, recomenda a dermatologista.

Já para os lábios é interessante investir em protetores labiais bem potentes, a base de pantenol e manteigas vegetais, como karité e cacau. Além disso, aproveitar para reaplicar o lipbalm toda vez que houver a necessidade de retirar a máscara e especialmente antes de dormir. Isso ajuda na regeneração da pele do lábio, que ao entrar em contato novamente com a máscara estará um pouco mais recuperada.

Não esquecer de ingerir água também é importante. Ela explica que devido à segurança, o indicado realmente é manipular as máscaras o mínimo possível para evitar contaminação, o que reduz a frequência de ingestão de líquidos de quem faz uso prolongado das máscaras. E recomenda: “Pode parecer estranho, mas o ideal seria se atentar e programar a ingestão de líquidos nos momentos mais seguros, ou seja, durante a permanência em casa.”

Além disso, prestar atenção ao tecido da máscara. A dermatologista indica o uso de máscaras de algodão ou TNT, de preferência sem texturas para minimizar o atrito. “Mantenha sempre as máscaras limpas e enxaguar bem para não deixar resíduos de sabão, álcool ou alvejantes, além de não utilizar amaciantes”, aconselha.

Outras recomendações

A especialista ainda explica que alterações relacionadas à mudança de rotina, hábitos alimentares e estresse também podem se manifestar com frequência na pele, de diferentes maneiras. “Em geral são doenças inflamatórias ou por debilidade imunológica. Entre elas a maior incidência são quadros como acne, dermatite seborréica, dermatite atópica, queda de cabelo e herpes.” Para prevenir o desenvolvimento desses quadros, doutora Luciana orienta manter uma alimentação equilibrada, investir em atividades físicas – mesmo em casa – para movimentar o corpo e aliviar o estresse, e seguir uma rotina de skincare.

 

Sobre Dra. Luciana Garbelini

Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro, Pós-graduada em Estética Avançada no Instituto Superior de Medicina. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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