Especialistas destacam benefícios da cirurgia robótica de joelho durante Congresso SBOT 2021
Opções de diferentes abordagens dos casos, precisão na realização do que foi planejado, dados em tempo real da operação e rápida recuperação pós-operatória foram alguns dos pontos ressaltados pelos médicos
A presença da tecnologia robótica na medicina, assistindo a atuação dos profissionais da saúde, já é uma realidade no Brasil. Desde sua chegada, em 2008, a abrangência deste tipo de operação vem sendo ampliada ano a ano. No setor de ortopedia brasileiro, a primeira artroplastia com uso do robô completa um ano neste mês de dezembro, e a técnica têm colecionado relatos positivos da comunidade médica pelos benefícios gerados aos pacientes.
E todas essas contribuições aos pacientes, assim como o caráter colaborativo da inovação, que mantém a autonomia dos cirurgiões e a capacidade de decidirem pelo melhor planejamento e abordagem, foram destacados por diversos médicos durante a realização do Congresso Anual da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) 2021, que aconteceu em São Paulo (SP), na última semana deste mês de novembro.
Segundo Dr. Moisés Cohen, presidente do congresso e professor titular de ortopedia, traumatologia e medicina do esporte da Universidade Federal de São Paulo, a tecnologia tem apresentado grandes resultados e pode impactar na redução de custos relacionados aos pós-operatórios no futuro. O especialista palestrou durante simpósio do ROSA® Knee System, sistema robótico desenvolvido pela Zimmer Biomet, que foi pioneiro no Brasil.
“É uma tecnologia que em médio e longo prazo vai mostrar para todos nós a importância econômica que terá na saúde. Pacientes terão menos dor no pós-operatório, usarão menos medicamentos e terão alta mais rápido dos hospitais. Quando isso for colocado no papel, conforme mais cirurgias e estudos forem realizados, estou seguro de que será um benefício muito visível para todos. Mas o mais importante é que estou convencido de que os pacientes têm se beneficiado nestes procedimentos”, destaca Dr. Cohen.
A artroplastia – implante da prótese de joelho – é recomendada para casos avançados de artrose, doença que acomete as extremidades ósseas pelo desgaste das articulações e que, segundo dados do Ministério da Saúde, atinge mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Por ser degenerativa, ela compromete a mobilidade e causa dor aos pacientes, reduzindo sua qualidade de vida.
Espectador do simpósio, Dr. Thiago Ildefonso, especialista em ortopedia e traumatologia do Instituto Orizonti (MG), comentou que a curva de aprendizado permite extrair melhores resultados utilizando a tecnologia do ROSA®.
“À medida que me familiarizo com a tecnologia, percebo que posso tirar mais proveito de outras ferramentas que o robô oferece. Antes, meu foco era o de concluir a cirurgia alcançando o resultado que as artroplastias tradicionais obtinham, sem complicações aos pacientes. Mas percebo que, atualmente, consigo entregar um resultado ainda melhor. E conforme o tempo passa e o número de casos cresce, acredito que isso se tornará cada vez mais presente, a curva de aprendizado é constante”, ressalta o profissional.
Doutor em ciências pela USP, mestre em cirurgia pela PUC-PR e médico pela UFPR, Dr. Fabiano Kupczik também comentou sobre a experiência com o ROSA®.
“A avaliação em tempo real do balanço ligamentar, a possibilidade de saber se vou realizar mais ou menos cortes ósseos, a angulação de varo e valgo, tudo isso está à disposição para ajudar o cirurgião, não para definir como será feito. O que impressiona é que em alguns casos de dúvida, o robô estava sempre certo. Essa precisão chama muito a atenção”, disse.
Atualmente presente em oito hospitais e seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro – o ROSA® está próximo de alcançar a marca de 300 cirurgias realizadas com sucesso. O sistema robótico centrado no cirurgião segue em expansão e alcançará mais estados em 2022.