Novo passo da medicina nuclear: teranóstico, técnica que possibilita o diagnóstico e o tratamento com maior eficácia e redução dos efeitos colaterais ao paciente
A medicina nuclear é uma das áreas que mais cresce na saúde e tem como grande aliada a tecnologia, mas ainda é pouco conhecida pela população. O conceito de aliar o diagnóstico ao tratamento está sendo cada vez mais o foco de novos tratamentos. É o caso de novos radiofármacos – como PSMA marcado com o galio-68 para diagnostico ou o lutécio-177 para a terapia – que tem demonstrado ótimos resultados no tratamento de pacientes com câncer de próstata que já haviam sido submetidos aos tratamentos convencionais sem sucesso.
Inovador, o conceito do teranóstico usa materiais radioativos capazes de obter informações sobre tumores ao mesmo tempo em que utiliza medicamentos que realizam o tratamento.
“O teranóstico permite, simultaneamente, o diagnóstico, a terapia e o monitoramento da resposta”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Dr. George Coura, radiologista e especialista em medicina nuclear.
Outra vantagem das terapias da medicina nuclear é a redução de efeitos colaterais para o paciente. “Os benefícios se sobrepõem aos efeitos colaterais porque, ao atuarmos em alvos específicos e já conhecidos, podemos destruir as apenas as células cancerígenas e chegar à remissão total ou parcial da doença”, revela Dr. George
A nova técnica traz esperança aos pacientes com câncer de próstata que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o segundo tipo mais comum entre os homens, prevalência que gera grande preocupação entre os profissionais de saúde. Por isso, são necessários investimentos em novos tratamentos e medicamentos, principalmente para casos em estágio avançado.
Medicina nuclear e o câncer de próstata
Os números são relevantes: para cada ano do biênio 2018-2019, o INCA estimou 68.220 novos casos de câncer de próstata, o segundo mais incidente entre os homens brasileiros. O estadiamento acurado e a detecção precoce da recidiva deste tipo de câncer são peças-chave para um tratamento mais assertivo e com mais chances de cura – nesse sentido, a Medicina Nuclear tem um papel fundamental. “A nossa especialidade possibilita visualizar órgãos e tecidos nos seus níveis celular e molecular, o que possibilita, além de um diagnostico preciso, a definição da melhor estratégia terapêutica”, finaliza Dr. George Coura.