Esclerose Múltipla – Abordagem multidisciplinar pode auxiliar portadores de doença a prosseguirem produtivos e levar uma vida independente

Para promover mais conhecimento sobre a EM o dia 30 de agosto foi instituído como o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla pela Lei nº 11.303 em 2006. O próprio mês, chamado de Agosto Laranja, passou a ser um importante período de realização de campanhas e ações para a conscientização em relação à doença e aos problemas enfrentados por seus portadores em todo o País. A EM é desconhecida por cerca de 80% da população.

 

O que é?

A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica, autoimune e crônica do sistema nervoso central e da medula espinhal, que faz com que as células de defesa do organismo ataquem o próprio sistema nervoso central, provocando a destruição do tecido protetor que envolve as fibras nervosas, chamado mielina, e assim impede ou altera a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo.

Segundo a Dra Marcia Vlasman, Gerente médica da unidade RJ da Pronep Life Care, pioneira do serviço de atenção domiciliar (home care) no Brasil, “o diagnóstico precoce da EM é extremamente importante”. O maior desafio, porém, é reconhecer seus sinais e sintomas, que acometem o paciente dependendo da parte do sistema nervoso que foi afetada.

“Entre os mais comuns podemos mencionar fraqueza muscular, distúrbios de equilíbrio, tremores, déficit da coordenação motora, sensação de rigidez ou dormência nos membros e diminuição de sensibilidade, fadiga, transtornos visuais, vertigens, problemas de dicção e disfunção intestinal e da bexiga”, enumera.

Apesar dos inúmeros estudos já realizados, ainda não se tem conhecimento sobre as causas exatas da EM. Este desconhecimento, porém, não se aplica à definição do grupo de risco, que já ficou bem delimitado: os mais atingidos são jovens adultos entre 20 e 40 anos, embora a EM possa acometer as pessoas em qualquer fase da vida. As mulheres estão mais propensas a desenvolver a doença, numa proporção de 3 mulheres para cada homem.

 

Tratamentos

Apesar de não ter cura, a Esclerose Múltipla pode ser controlada com um tratamento que auxilie nas crises e contenha a sua progressão. “Quanto mais cedo houver o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores são as chances de alterar o desenvolvimento natural da doença em longo prazo, com redução da quantidade de surtos clínicos, lesões e sequelas neurológicas”, explica a Dra Marcia. “Temos recursos como medicamentos, fisioterapias e outros que podem ajudar os portadores da doença a prosseguirem produtivos, confortáveis e a levar uma vida independente”.

Ele destaca a importância do acompanhamento do paciente por uma equipe multidisciplinar para cuidar das possíveis sequelas ocasionadas pelos surtos.  “Com diagnóstico precoce, em muitas situações é possível levar uma vida normal e independente. Deve-se destacar ainda a importância do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar com fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras, urologistas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, por exemplo, que atuam cuidando das sequelas deixadas pelos surtos, como disfunções no intestino e na bexiga, espasmos musculares, a espasticidade (lesão no sistema nervoso central), depressão ou fadiga e até de deformidades ósseas que podem ocorrer ao longo do tempo, aliviando dores, melhorando a força e a flexibilidade”.

“A harmonia física e emocional de um paciente de EM em tratamento ajudam na realização de atividades do dia a dia e melhoram sua autoestima e a confiança”, acredita a Dra Marcia, que ressalta a importância de receber e aceitar o diagnóstico, tanto pelos pacientes como pelas pessoas com quem ele convive. “Daí importância do Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla e de termos um mês dedicado à disseminação de informações sobre a EM para toda a população”.

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