Em busca de novas formas de prazer, sextechs investem em serviços inusitados no Brasil
No dia 31 de julho de 1999, uma sex shop britânica decidiu criar o Dia do Orgasmo para mostrar como o prazer sexual pode ser um importante aliado na construção de uma vida mais completa e feliz. Desde então, a data se tornou fixa no calendário, e nunca se falou tanto no assunto como nos dias de hoje. Graças ao avanço da tecnologia, hoje há diversos recursos produzidos especificamente para proporcionar mais prazer aos consumidores, e, consequentemente, fazer o lucro das empresas do setor erótico crescer de uma forma nunca vista antes.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico, só no ano passado, o setor faturou R$2 bilhões. As vendas por aplicativos de mensagens e redes sociais foram responsáveis por 90% das compras. Grande parte desse crescimento é graças ao empenho das sextechs, empresas que apostam na tecnologia para oferecer produtos e serviços voltados a proporcionar uma melhor qualidade de vida sexual às pessoas
Se até 1999 as pessoas achavam que as únicas opções disponíveis no mercado erótico eram os vídeos adultos ou um vibrador simples e sem muitos recursos, hoje é possível encontrar sugadores de clitóris com 12 níveis de sucção e com comando via aplicativo e plataformas online onde qualquer pessoa pode gravar e postar o próprio conteúdo adulto e ainda conseguir faturar com isso.
“As pessoas, hoje, não sentem mais vergonha ou receio quando o assunto é sexo, pois hoje em dia essa pauta é abordada em filmes, séries e programas de tv como algo natural, parte do nosso cotidiano e até mesmo algo que contribui para nossa saúde”, explica Laís Conter, designer, autora do livro Entre Bocas e Afetos e uma das criadoras da startup Tela Preta, a primeira especializada em áudios eróticos no Brasil. A ideia de disponibilizar contos eróticos no formato de áudios em uma plataforma online surgiu após o empreendedor Fábio Chap publicar, em grupos de redes sociais, contos narrados por ele.
O programador Samuel Aguiar incentivou Chap em capitalizar essa ideia. Os dois então se juntaram com o produtor de áudio Guilherme Nakata e com a Laís para criar a startup em abril de 2020. “Nossa plataforma veio para suprir uma demanda que estava carente de opções no mercado, que é a de produtos e serviços de conteúdo sexual voltado a mulheres, pois algumas mulheres não se sentem excitadas vendo um filme erótico ou fotos de homens nus, tanto que as revistas que tinham esse tipo de ensaio eram consumidas apenas por homens”, ressalta Laís.
Embora a plataforma seja tanto para as mulheres como para os homens, 85% dos assinantes da Tela Preta são mulheres e, por conta disso, a maioria dos contos são voltados a elas. Além disso, 90% dos funcionários da Tela Preta são mulheres (contando ilustradoras, narradoras e outros cargos). Em média são lançados três contos por semana, com duração aproximada de 10 minutos. A plataforma inclusive acaba de disponibilizar um novo recurso onde os ouvintes podem criar o próprio conto de acordo com suas fantasias pelo valor de R$597.
“A tecnologia é uma importante aliada no desenvolvimento de novos produtos e recursos voltados à saúde sexual, e atualmente há diversas sextechs com serviços inovadores e que irão revolucionar cada vez mais a forma como as pessoas enxergam o setor erótico”, diz Laís. O faturamento da Tela Preta em um ano de existência foi de 220 mil. A expectativa é alcançar meio milhão em abril de 2022, ano em que a empresa completa dois anos no mercado.
Sobre a Tela Preta
Iniciada em abril de 2020, a startup Tela Preta é a primeira plataforma de áudios eróticos do Brasil. A ideia surgiu após Fábio Chap publicar em grupos de redes sociais contos eróticos narrados por ele. Enxergando uma grande oportunidade de empreendimento, o programador Samuel Aguiar propôs a Fábio criar uma plataforma digital para rentabilizar os áudios. Fábio chamou o produtor de áudio Guilherme Nakata e a designer e criadora de conteúdo Laís Conter para reforçar o time que viria a formar a Tela Preta. A plataforma foi batizada com esse nome pois no momento das gravações dos contos, Fábio colocava uma fita isolante na câmera do celular.
Saiba mais em https://prazer.telapreta.app/