Autocuidado: entenda o que é e saiba como explorá-lo
De uns tempos para cá muito se tem ouvido falar sobre autocuidado. Cuidar de si é fundamental para que a saúde física esteja em dia. Mas, quais aspectos realmente são relevantes para que se possa realizar o autocuidado?
Inúmeros estudos indicam que cuidar da saúde mental é tão importante quanto zelar pela saúde do corpo. Tais cuidados estão em pequenas coisas, mas que fazem toda a diferença; afinal, sua saúde psicológica reflete diretamente na sua rotina. Sobretudo, no contexto de pandemia no qual vivemos, reservar alguns minutos do dia para cuidar de nós mesmos é primordial para não desestabilizarmos o nosso emocional.
Mas o que é, afinal, autocuidado?
Em poucas palavras, trata-se de priorizar e prezar pela saúde mental, do corpo e também do espírito. É fundamental para ter uma vida saudável e, para isso, devemos sempre estar atentos aos nossos sentimentos e ações, pois eles interferem diretamente no nosso bem-estar. Confira alguns pontos na sua vida que merecem atenção e cuidado.
ASPECTOS FÍSICOS
- Fazer exercícios: reserve um momento do seu dia para fazer algum tipo de atividade física. Pode ser uma caminhada pela manhã, uma corrida de alguns minutos, natação ou mesmo contar com todo o aparato de uma academia de musculação. Isso, com toda a certeza, lhe proporcionará uma melhor acondicionamento e maior sensação de bem-estar tanto físico, quanto mental. Vale lembrar que é importante ter o acompanhamento de um personal trainer para garantia de melhores resultados.
- Dormir bem: ter uma boa noite de sono é essencial para o nosso corpo – e também para a nossa mente. Segundo os especialistas, uma pessoa na idade adulta (17 a 64 anos), por exemplo, deve dormir entre 7 e 9 horas por noite. O sono é responsável por fazer com que o organismo recarregue as energias, além de ser um fator importantíssimo para o correto funcionamento do organismo.
- Descansar a mente: assim como manter a mente ativa, dedicar algum tempo do nosso dia para descansá-la é imprescindível. Além do sono, que também tem uma função similar a um “modo avião”, é preciso dar uma pausa para a mente. Quando fazemos algum exercício, geralmente precisamos de um descanso para recuperar o fôlego. Com a mente, funciona da mesma forma – precisamos dá-la um tempo para que não a “cansemos” demais. Não se precisa de muito para tal, basta tirar um tempo para admirar a vista de nossa janela, relaxar desenhando ou pintando, ter algum contato com a natureza (cuidar de plantinhas em casa também vale, ok?), dar carinho a um animalzinho de estimação e por aí vai.
- Comer de forma saudável: cuidar da alimentação possibilita muitos benefícios: de correto emagrecimento à melhoria na performance do organismo, por exemplo. Investir em alimentos naturais, tais como frutas, verduras, legumes e grãos, sempre com o acompanhamento de um profissional da nutrição.
ASPECTOS EMOCIONAIS
- Aprender a manejar o stress: você já reparou que, geralmente, as piscinas têm uma espécie de ralo localizada acima do nível da água? Ela funciona como uma válvula de escape caso a água contida na piscina, por algum motivo, venha a subir demasiadamente. Assim como as piscinas, nossa mente precisa de um “escape emocional”, para que nossos sentimentos, como o stress e a ansiedade, por exemplo, venham a prejudicar-nos. Praticar exercícios, como já citado anteriormente, além de práticas que nos deem prazer podem ajudar a relaxar e a reequilibrar-nos.
- Amar e permitir-se ser amado: tem coisa melhor do que dar aquele abraço apertado em quem amamos? E sentir aquele sentimento bom quando se é motivo do sorriso de alguém especial? Quer seja por meio do conforto do colo ou afago dos pais na infância, ou pelo carinho que recebemos na vida adulta após conhecer aquela pessoa especial, o amor está sempre presente em nossa vida. Permitir que esse sentimento de carinho por outras pessoas surja em nós é tão importante quanto nos sentir amados.
- Pensar de forma positiva: a forma como pensamos pode dimensionar e projetar nossos problemas muito mais do que se imagina. Encarar tudo como uma barreira difícil demais para ser enfrentada automaticamente bloqueia toda e qualquer projeção de solução. Agora que você tem consciência disso, comece a se policiar. Preste atenção na forma como você enxerga as dificuldades diárias e comece a observá-las pelo lado bom. Cora Coralina, brilhante autora brasileira, certa vez escreveu o seguinte: “mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”. Por isso, escolha valorizar o lado bom das situações e encará-las como um aprendizado, algo que servirá de lição para nossa melhoria constante.
- Prática do autoperdão: existe um ditado popular que diz que “perdoar (ao próximo) é divino”; por outro lado, autoperdoar-se é igualmente essencial. De modo figurativo, imagine que cada decepção conosco mesmos é uma pequena pedra. Se formos juntando cada uma delas em um saco, logo não conseguiremos mais carregá-las. Livrarmo-nos das culpas e perdoarmo-nos é uma ação que deve ser constantemente praticada, para que o peso que levamos vida afora por nossa falta de autoperdão não nos pareça insuportável demais.
ASPECTOS ESPIRITUAIS
- Praticar a meditação: quando se fala em meditação, logo vem à mente de muita gente a figura do monge budista sentado, com as pernas dobradas e com mãos postas sobre elas, imerso em total silêncio e serenidade. Essa prática, de fato, é bem comum entre os adeptos desta religião, mas não precisamos aderir a ela para praticar a meditação. Aliás, não precisamos de muita coisa para tal. Meditação nada mais é do que o “olhar para dentro” e, consequentemente, a reflexão sobre quem somos. Para que isso seja possível, é claro, precisamos de alguma concentração – muitos preferem um cantinho mais tranquilo em casa e outros sentar-se à sombra de uma árvore, por exemplo. O importante é concentrar-se e tirar deste momento de paz, um instante de relaxamento e renovação das energias.
- Conectar-se com a natureza: se você tem o privilégio (definido assim por muitos moradores de grandes metrópoles) de morar próximo a uma área verde, explore esse local para ter contato com a natureza. Temos isso em nossa genética, afinal, nossas origens nos remetem ao contato direto com os recursos naturais. Quer seja praticando a jardinagem e o cultivo de plantas, ou mesmo apenas podendo ouvir ou observar o vento tocando as árvores, por exemplo, seguramente te dará uma maravilhosa sensação de bem-estar. Permita-se a este contato!
- Nutrir a fé: importante destacar que não quero, de forma alguma, tende-lo a alguma religião, doutrina, prática ou filosofia. Cada um sabe, em algum momento da vida, o que e de que forma explorar este aspecto. O que cabe enfatizar aqui é que termos alguma crença pode ser uma forma eficaz de estimular-nos bons sentimentos e, na maioria das vezes, colaborar para desenvolvermos uma melhor versão de nós mesmos. Desta forma, estabelecemos uma relação entre a consciência e o inconsciente, proporcionando um sustento ao sentimento de esperança, segurança e estabilidade emocional.
ASPECTOS SOCIAIS
- Fazer novos amigos e preservar amizades: você concordará comigo que um dos melhores momentos da vida é quando estamos rodeados de amigos, rindo, desabafando e nos deliciando com suas ótimas companhias. É essencial na vida de qualquer pessoa ter algum tipo de amizade com alguém – até porque sem isso a vida seria monótona demais, não é mesmo?
- Pedir ajuda e ajudar ao próximo: em muitas situações na vida, devemos deixar o orgulho de lado e assumir que necessitamos da ajuda de terceiros. Isso não é um sinal de fraqueza, muito pelo contrário. É importar-se consigo mesmo a ponto de reconhecer que temos nossas limitações e que, muitas vezes, sem a ajuda do próximo, não conseguiremos o que desejamos. Por outro lado, sempre que puder, se ofereça para ajudar às pessoas que te cercam. Não precisa necessariamente ser algo majestoso ou grandioso, pode ser ajudando sua mãe a preparar uma refeição ou contribuindo com alguma difícil tarefa do seu colega de trabalho, por exemplo.
Depois de distinguir alguns desses aspectos tão necessários para o nosso autocuidado, faça uma autoavaliação. Quais aspectos estão sendo bem executados? E quais deles merecem uma mudança para melhor? 🙂
Obrigado pela leitura e até a semana que vem!