Junho laranja alerta para anemia e leucemia
O mês de junho é marcado pela cor laranja no calendário da saúde para conscientizar as pessoas em relação à anemia e à leucemia, doenças relacionadas ao sangue. “A importância desta campanha é de se fazer um diagnóstico precoce. Durante a pandemia, as pessoas pararam de fazer os seus exames de prevenção, que são extremamente importantes. Estamos recebendo os pacientes no consultório com doenças muito mais graves do que costumávamos receber”, alerta a hematologista Maria Cunha Ribeiro Amorelli (CRM 13.399), que atende na clínica AngioGyn, no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 10.810 novos casos de leucemias para este ano, sendo 5.920 homens e 4.890 mulheres. Este tipo de câncer do sangue tem início na medula óssea, quando os glóbulos brancos passam a se desenvolver em excesso e deixam de realizar sua função correta, que é proteger o organismo contra vírus, bactérias, dentre outros perigos. Existem mais de 12 tipos de leucemia e o tratamento envolve quimioterapia e transplante de medula óssea. “Para prevenção é recomendado evitar alimentos com muitos agrotóxicos. O fato da pessoa ter feito algum tratamento para câncer, com radioterapia ou quimioterapia, a deixa com mais riscos de desenvolver uma leucemia no futoro”, explica a médica.
Já em relação à anemia, a hematologista explica que é uma doença bastante comum e pode ter origem genética ou ser adquirida por deficiências nutricionais. “As hereditárias são, por exemplo, a anemia falciforme, a talassemia e outras formas de hemoglobinopatias. Já as nutricionais são por falta de ferro, vitamina B12, sangramentos ocultos e má alimentação”, explica Maria Amorelli. “Esses tipos de anemia nunca viram leucemia, apesar de algumas pessoas acreditarem nisso”, completa ela, que também é hemoterapeuta pelo Inca.
Todas essas enfermidades devem ser investigadas por um hematologista, que é o médico especializado em doenças do sangue. “Existem anemias causadas ainda por um problema na fábrica do sangue, como a mielodisplasia, em que a pessoa começa com uma anemia, pois há uma menor produção de sangue, o que acontece geralmente em pessoas mais velhas. Essa sim pode evoluir para uma leucemia em algum momento”, destaca Maria Amorelli. “Então, se diagnosticamos de forma precoce essa doença, antes de se tornar uma leucemia, temos mais chance de uma recuperação”, salienta a médica sobre a importância de exames preventivos e da conscientização do junho laranja.