H1N1 e Sarampo – tire as suas dúvidas sobre as vacinas

H1N1 e Sarampo – tire as suas dúvidas sobre as vacinas

 

Devido à pandemia do COVID-19, a campanha de vacinação contra a gripe teve seu início adiantado. Paralelamente, o sarampo continua vitimando muitas pessoas pelo Brasil, principalmente crianças, com um índice de mortalidade maior que o Coronavírus em alguns locais, variando de 0,1% em países desenvolvidos a 10% em países pobres ou em desenvolvimento.

A Dra. Ana Karolina Barreto Marinho, Coordenadora do Departamento Científico de Imunizações da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), responde às principais dúvidas sobre a vacinação e alerta para a importância de prevenir o sarampo.

1 – A campanha de vacinação contra a gripe foi adiantada devido ao Coronavírus. Qual a relação dessa vacina com o COVID-19?

Não há comprovação de que a vacina influenza seja eficaz contra o Coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia em priorizar os idosos e profissionais de saúde para receberem a vacina influenza a partir de 23 de março é evitar que os idosos (mais vulneráveis as complicações da influenza) se desloquem para os serviços de saúde no período em que provavelmente haverá maior circulação de Coronavírus no País. Dados da China têm mostrado maiores taxas de mortalidade do Coronavírus em idosos. Trabalhadores de saúde que estão na linha de frente para o atendimento de doenças respiratórias deverão estar protegidos.

2 – Quem são as pessoas com prioridade para receber a vacina da gripe? Por quê?

Na primeira fase da campanha serão:

– Idosos, pois são mais susceptíveis a complicações por influenza como pneumonias, hospitalizações e óbito.

– Profissionais de saúde, pois estão na linha de frente para atendimento de doenças respiratórias

A partir de 16 de abril (segunda fase da campanha), entram os professores, profissionais de salvamento e segurança, pacientes com doenças crônicas. Depois, crianças com mais de 6 meses e menos de 6 anos, gestantes, pessoas com mais de 55 anos, mães no pós-parto (até 45 dias após o parto), população indígena e portadores de condições especiais.

3 – Quem tem algum tipo de alergia ao ovo pode tomar a vacina contra a gripe? Quais as recomendações?

Sim. Pessoas alérgicas ao ovo não têm contraindicação para receber a vacina influenza. A quantidade de ovo presente na vacina é muito pequena e os riscos de reação pós-vacinal são mínimos comparados ao grande risco da infecção por influenza. Na dúvida, o paciente deve procurar esclarecimentos no serviço de saúde mais próximo.

4. Uma doença com maior índice de mortalidade em alguns países que o Coronavírus é o sarampo e que é uma preocupação no Brasil. Quem não sabe se já tomou a vacina, por não ter mais a carteira de vacinação, a indicação é se vacinar? Caso a pessoa já tenha tomado, mas não saiba, há algum risco em receber nova dose?

Se não há comprovação de vacinação prévia, há necessidade de se vacinar contra o sarampo. Não há risco para a saúde caso já tenha se vacinado anteriormente.

5. Há algum componente na vacina do sarampo capaz de desencadear reação alérgica? Qual?

Embora seja raro, qualquer componente da vacina pode causar reações alérgicas em indivíduos predispostos. A vacina contém as seguintes substâncias potencialmente alergênicas: albumina humana, sulfato de neomicina (antibiótico), gelatina, traços de proteína do ovo de galinha usado no processo de fabricação da vacina. No Brasil, uma das vacinas utilizadas na rede pública contém traços de lactoalbumina (proteína do leite de vaca).

6. Quais os cuidados que o paciente com alergia grave ao ovo precisa ter?

A maioria das pessoas com história de reação anafilática a ovo não tem reações adversas à vacina e, mesmo quando a reação é grave, não há contraindicação ao uso da vacina tríplice viral. Foi demonstrado, em muitos estudos, que pessoas com alergia ao ovo, mesmo aquelas com alergia grave, têm risco baixíssimo de reações anafiláticas. Os testes cutâneos com a vacina não são recomendados. No entanto, é indicado que estas pessoas, por precaução, sejam vacinadas em locais que ofereçam condições de atendimento de anafilaxia.

7. Quais os cuidados que o paciente com alergia à proteína do leite de vaca precisa ter?

Crianças com alergia grave ao leite de vaca (reações imediatas como anafilaxia) não devem receber a vacina tríplice viral que contém lactoalbumina na sua composição.

6. Qual o calendário que deve ser seguido no caso da vacina do sarampo, ou seja, deve-se receber a vacina na infância e na idade adulta? Há idade apropriada?

Seguindo o calendário de vacinação de rotina orientado pelo Ministério da Saúde temos:

– O esquema vacinal contra o sarampo para crianças é de uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses (a tetra viral-junto com a vacina varicela) de idade.

– Adolescentes e adultos até 49 anos:

  • Até os 29 anos – duas doses
  • Dos 30 aos 49 anos – dose única

Quem já tomou duas doses durante a vida da tríplice ou da tetraviral não precisa mais receber a vacina.

No caso de surtos ou condições epidemiológicas especiais, o indivíduo deve seguir a orientação do serviço de saúde local.

Leia também o Posicionamento da ASBAI: http://bit.ly/alergiasesarampo

 

Sobre a ASBAI

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.

Serviço

Twitter: @asbai_alergia

Facebook: Asbai Alergia

www.asbai.org.br

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