Medicamento injetável pode aumentar a adesão ao tratamento da Esquizofrenia
Comportamento compulsivo, fala desorganizada, distorções do pensamento, alucinações e confusão mental: estes são alguns dos desafios cotidianos de quem sofre com esquizofrenia, um distúrbio da mente marcado por surtos e delírios.
Estima-se que mais de 23 milhões de pessoas no mundo sofram de esquizofrenia, e que entre 40% a 70% desses pacientes não sigam corretamente o tratamento que inclui psicoterapia e controle por medicação, podendo exigir a ingestão de um total de 6 comprimidos por dia. A amnésia, a confusão mental e a desorientação características de pessoas com esquizofrenia são fatores que dificultam a administração das medicações, impedindo o alcance de seus efeitos.
Acredita-se que a falta de tratamento contribua para que o transtorno se torne mais resistente a cada crise, além de prejudicar a qualidade de vida do paciente e dificultar a convivência familiar e social.
A alternativa
No entanto, esse quadro pode mudar com o uso da Paliperidona, uma medicação injetável de ação prolongada já aprovada no Brasil pela Anvisa. É o que afirma o psiquiatra Dr. Luiz Fernando Petry: “Pacientes esquizofrênicos têm dificuldade em manter o tratamento convencional, uma vez que precisam tomar os medicamentos todos os dias e acabam esquecendo. A Paliperidona surgiu como uma alternativa que facilita esse processo, uma vez que, dependendo do grau da esquizofrenia, o medicamento pode ser aplicado apenas 1 vez por mês ou a cada 3 meses”. Ressalta o médico responsável pela clínica curitibana TrialCare – Evolução em Tratamentos, uma instituição da área da saúde voltada para tratamentos de doenças psiquiátricas, que passou a oferecer o tratamento com Paliperidona no último mês. “Apesar de ser mais caro que os medicamentos tradicionais, o tratamento com a Paliperidona apresenta menor chance de falhas, reduz os surtos e o risco de recaídas.” Complementa o Dr. Petry.
A alternativa representa uma evolução na manutenção do tratamento para quem tem esquizofrenia, doença que acaba de ser apontada como fator de risco de morte por coronavírus em pacientes com transtornos mentais, superada apenas pelo fator idade, segundo matéria publicada no jornal El País. Além disso, estudos recentes demonstraram que mais de 90% dos pacientes que receberam o tratamento com Paliperidona não apresentaram recaídas por cerca de um ano e meio.