Como manter o equilíbrio emocional e a produtividade no fim de ano
Estratégias práticas para líderes e profissionais enfrentarem a pressão e o estresse típicos de dezembro
O fim de ano costuma ser sinônimo de correria, acúmulo de tarefas e pressão emocional. Não por acaso: segundo pesquisa publicada na Sociedade Brasileira de Clínica Médica, o nível de estresse do brasileiro aumenta 75% em dezembro, e para 60% dos entrevistados, o principal gatilho é o excesso de trabalho. Mas, para além da sobrecarga, especialistas apontam que a forma como lidamos com esse período é o que mais determina se atravessaremos dezembro com equilíbrio ou esgotamento.
Os gatilhos típicos dessa época vão muito além das demandas corporativas. Os principais fatores que levam à sobrecarga no final de ano são a concentração de fechamentos de ciclos profissionais e educacionais, a necessidade de planejar o próximo ciclo, o desejo intenso de confraternizar com diversos grupos sociais e a pressão comercial por presentes. Soma-se a isso a exaustão acumulada do ano e a sensação de que “o ano está acabando e preciso terminar tudo agora”. É importante lembrar que após o fim tem um início.
O problema do fim do ano não é exatamente o volume de tarefas, mas a falta de clareza e priorização. Líderes e equipes podem evitar a sensação de que tudo é urgente com práticas simples e consistentes: clareza da missão e dos marcos, organização, alinhamento e visibilidade são essenciais.
Entre as ações práticas recomendadas para gestores estão: planejamento com a equipe, com prioridades claras e visíveis; alinhamentos rápidos e frequentes para reduzir ansiedade; bloqueio de agenda para trabalho profundo e entregas críticas; uso estratégico do “não”, avaliando o que precisa sair da lista quando algo novo entra; e distribuição intencional da carga de trabalho, evitando sobrecarga individual.
No campo individual, o autocuidado não é opcional. É fundamental tratar o tempo livre e o sono como compromissos inegociáveis. Preservar uma rotina mínima de estabilidade, priorizando alimentação, hidratação e atividade física, ajuda a estabilizar o humor e reduzir a ansiedade.
Além da pressão produtiva, dezembro costuma intensificar comparações e autocobrança. A saída é mudar o foco: o final do ano exige que a gente mude o foco do que não foi feito para o que foi superado. Recomenda-se listar “vitórias invisíveis”, desafios enfrentados, pequenas conquistas e relações fortalecidas. Autocompaixão é aceitar sua humanidade: somos seres humanos e não máquinas. Deixemos o chicote da culpa de lado e abracemos a ideia de que o descanso é tão produtivo quanto a ação.
Por Bianca Aichinger
coach, especialista em gestão de equipes, sócia da Quantum Development
Artigo de opinião



