As impossibilidades fascinantes de Alien, o Oitavo Passageiro
O clássico de 1979 encanta até hoje — mas é um festival de coisas que jamais aconteceriam fora da tela
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Lançado em 1979, o filme Alien, o Oitavo Passageiro, de Ridley Scott, é uma das maiores obras da ficção científica e do terror psicológico. Mas, sob o olhar da ciência, ele é também uma coleção de impossibilidades gloriosas. Da criogenia perfeita à gravidade artificial, o universo de Alien é menos sobre o que poderia acontecer — e mais sobre o que nunca aconteceria.
Viagens interplanetárias longas (e ninguém frita de radiação)
A tripulação da Nostromo viaja pelo espaço profundo como se estivesse indo ao mercado. Mas fora da proteção magnética da Terra, a radiação solar e cósmica seria suficiente para causar mutações genéticas em semanas. A NASA ainda quebra a cabeça para enviar humanos a Marte — imagine cruzar galáxias inteiras sem blindagem.
❄️ Criogenia perfeita — sem sequelas e sem colapso celular
Os tripulantes dormem por meses em câmaras criogênicas e acordam sem nem precisar de café. Na vida real, o congelamento destrói tecidos e rompe membranas. Nenhum ser humano foi congelado e reanimado até hoje — e se fosse, provavelmente viraria picolé de laboratório.
Gravidade artificial — o chão firme da ilusão
Na Nostromo, ninguém flutua. Café, chaves e corpos obedecem à gravidade como se nada estivesse errado. O detalhe: gerar gravidade em uma nave exigiria rotação constante ou aceleração contínua. Ou seja, sem truques visuais, o elenco deveria estar boiando como astronautas da Estação Espacial.
Nave gigante que pousa em qualquer lugar
A Nostromo desce em um planeta desconhecido sem verificação atmosférica ou análise de solo. Hoje, pousar uma sonda em Marte é uma operação milimétrica que dura anos de cálculos. Uma nave de toneladas aterrissando de primeira? Nem com sorte e reza forte.
O alien mais biologicamente improvável do cinema
Um ovo gera um facehugger, que implanta um embrião, que nasce do peito e cresce em horas até virar um monstro adulto. Nenhum metabolismo conhecido suportaria essa taxa de crescimento. E o sangue ácido? Qualquer composto capaz de corroer metal dissolveria o próprio corpo da criatura.
Androide Ash: a IA com segundas intenções
Ash é um milagre tecnológico — um robô com fluido branco no lugar de sangue, força sobre-humana e ética programada por corporações sombrias. Em 2122, com telas de fósforo verde e comandos analógicos, isso soa mais místico do que mecânico. Mas é genial para o terror.
Som no vácuo — o pecado que a gente perdoa
O lema do filme é “No espaço, ninguém pode ouvir você gritar”. Verdade. Mas dá pra ouvir explosões, motores e alarmes? Nem pensar. O vácuo não transmite som. Ainda assim, o barulho é o que mantém o medo vivo — e a plateia acordada.
Tripulação sem quarentena: o erro mais previsível
Eles levam uma forma de vida alienígena para dentro da nave sem isolamento, trajes de descontaminação ou protocolos de biossegurança. Hoje, até uma bactéria marciana seria motivo para meses de quarentena. Em Alien, bastou um toque para o caos começar.
✨ O impossível que faz tudo funcionar
Alien é cientificamente absurdo — e artisticamente impecável. Cada falha física e biológica serve ao terror. É o cinema mostrando que o medo não precisa ser realista. Precisa apenas ser crível… até o momento em que o monstro aparece.



