Má gestão no trabalho aumenta em 60% o risco de estresse e favorece o burnout

Ambientes corporativos mal conduzidos elevam o esgotamento emocional, comprometendo saúde mental e desempenho das equipes

Pessoas submetidas a más práticas de gestão têm quase 60% mais chances de vivenciar altos níveis de estresse em comparação com aquelas inseridas em ambientes bem conduzidos. O dado é da Gallup, que também aponta que 41% dos profissionais entrevistados relataram sentir muito estresse. Para Patrícia Ansarah, CEO do Instituto Internacional de Segurança Psicológica (IISP) e coordenadora do 3º Summit Internacional de Segurança Psicológica, o problema vai além da tensão cotidiana e pode evoluir para quadros mais graves, como a síndrome de burnout.

O estudo destaca, ainda, que 15% da força de trabalho global é composta por funcionários que se opõem, de forma consciente, aos objetivos da organização. Esse grupo costuma apresentar menor índice de bem-estar, relata se sentir menos respeitado e vivencia menos momentos de satisfação ao longo do dia. Entre eles, mais da metade (54%) afirmou ter enfrentado níveis elevados de estresse no dia anterior.

“Esses sinais, entre outros, precisam ser levados em consideração. Nem sempre o burnout chega com alarde. Às vezes, ele se instala em silêncio. No início, é apenas um cansaço que parece normal. Depois, surgem a insônia, a irritabilidade, a sensação de que nada faz sentido e, quando nos damos conta, já não somos mais os mesmos”, comenta Patrícia.

Diante desse cenário, ela orienta que o primeiro passo é reconhecer o problema, seja em si mesmo ou na equipe, prestando atenção a sinais físicos, emocionais e comportamentais. “O esgotamento emocional, por exemplo, não surge de repente. Ele se acumula em pequenas negligências diárias. Ignorar esses sinais pode comprometer não só a saúde mental do colaborador, mas também afetar a qualidade das relações e o desempenho no trabalho”, alerta.

Nesse contexto, o estudo da Gallup estima que a falta de engajamento no ambiente corporativo gera um prejuízo de aproximadamente 8,9 trilhões de dólares à economia global.

Entre os principais alertas estão sintomas físicos e emocionais que, muitas vezes, passam despercebidos na rotina. Transpiração excessiva, insônia persistente, alterações bruscas de peso, taquicardia, ansiedade constante, irritabilidade, sensação prolongada de desesperança, perda de vontade de viver, oscilações de energia e lapsos frequentes de memória são alguns indícios que merecem atenção.

A seguir, quatro pontos que podem ser observados quando o assunto é esgotamento emocional no ambiente de trabalho:

– Estabelecimento de limites entre vida pessoal e profissional. Desconectar-se fora do expediente é essencial para a recuperação mental e emocional;

– Busca apoio emocional. Conversar com profissionais de saúde mental pode ajudar a lidar com sentimentos de sobrecarga;

– Observação do corpo e da mente. Sintomas físicos e alterações no humor são sinais importantes que não devem ser ignorados;

– Ambiente de confiança e escuta. A segurança psicológica começa quando há espaço para falar sem medo de retaliações ou julgamentos.

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Por Patrícia Ansarah

CEO do Instituto Internacional de Segurança Psicológica (IISP), psicóloga organizacional com mais de 25 anos atuando em RH e como executiva de grandes empresas, coordenadora do 3º Summit Internacional de Segurança Psicológica

Artigo de opinião

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