Quem são essas escritoras anônimas?
Para que o público conheça um pouco mais sobre essas autoras anônimas, a idealizadora do projeto fez um breve resumo biográfico.
Narcisa Amália: escreveu Nebulosas e não faltam elogios à sua poesia. Ela é uma heroína, fez críticas sociais e denunciou injustiças. Foi nomeada por D. Pedro II como a “Musa dos Livros” e, de repente, foi ‘esquecida’ na literatura.
Maria Firmina dos Reis: é autora de Úrsula, considerado o primeiro romance de autoria negra e feminina do Brasil. De cunho antiescravista, a obra tem uma perspectiva própria e autêntica, de importância inigualável.
Júlia Lopes: é autora de vários livros, escreveu sobre temáticas realistas e naturalistas. Apesar de fazer parte das reuniões para abertura da Academia Brasileira de Letras, não pode ocupar uma cadeira, pois era mulher.
Amélia de Oliveira: ficou conhecida como a eterna noiva de Olavo Bilac e irmã de Alberto de Oliveira. Sua obra foi publicada postumamente em 1959.
Francisca Julia da Silva: destacou-se como poeta parnasiana, tendo a autoria de um poema seu atribuída a outro escritor do período, pois não acreditaram ser de uma mulher.
Escritoras paranaenses esquecidas
Entre as paranaenses, destaque para Júlia da Costa – que foi considerada a primeira poeta do Estado – Maria Nicolas, ‘a pesquisadora da alma das ruas’ e Laura Santos, que cantava a “glória de ter nascido poetisa”.
Já Mariana Coelho afirmou em um de seus textos: “Permitir, hoje, que a mulher permaneça amarrada ao deplorável poste da ignorância equivale a arriscá-la criminosamente à probabilidade de receber em compensação do seu mais nobre e espontâneo afeto o completo aniquilamento da alma – o que quer dizer a sua principal ruína”.
“Nas rodas de leitura vamos ler trechos de obras dessas autoras para que as pessoas conheçam suas escritas e mensagens. Também vamos intercalar com obras de escritoras mais conhecidas como Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Conceição Evaristo e outras. Esse projeto é uma homenagem a muitas escritoras que não puderam publicar seus textos ou fizeram de forma anônima e até com pseudônimos”, complementa Carla Viccini.
O projeto Anônimas foi aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura / PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado do Paraná e tem apoio da Copel.
Sobre
O que: Projeto cultural Anônimas incentiva a leitura de livros de escritoras brasileiras dos séculos XVIII e XX
Quando: De abril a julho de 2024
Onde: Em escolas públicas – municipais e estaduais – de Colombo, Pinhais e Almirante Tamandaré
Quanto: Gratuito e direcionado aos estudantes
Informações: Falar com Carla Viccini pelo tel. 41-99987-8394