Livros infantojuvenis que celebram e valorizam a cultura negra no Brasil

Obras falam de personagens históricos, como Zumbi dos Palmares, Chica da Silva e Clementina de Jesus

Domingo (20), celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra. Criada oficialmente em 10 de novembro de 2011, a data homenageia Zumbi dos Palmares, um dos últimos líderes do Quilombo, assassinado por bandeirantes em 20 de novembro de 1695, em virtude de suas inúmeras lutas em defesa da liberdade, expressão e pelo fim da escravidão. Assinada em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea não ofereceu ao povo negro a liberdade tão sonhada. Muitos anos depois, vemos como no Brasil o racismo ainda está presente em tantas áreas da sociedade.

Ao celebrar o Dia da Consciência Negra, somos convidados a refletir sobre o papel do negro na sociedade, a discriminação racial e sobre as inúmeras desigualdades sociais de um povo que ainda é excluído. A data ressalta a importante influência dos negros na cultura brasileira, assim como suas inúmeras conquistas no decorrer da história. Pensando na importância de dialogar sobre o tema, a PAULUS Editora selecionou algumas obras que falam de sonhos, lutas e conquistas, histórias marcantes que explicam a importância de valorizar a cultura afro-brasileira, cultura viva e presente no cotidiano de muitos brasileiros. Confira!

Abecedário afro de poesia

O abará, em grandes porções, já estava num tacho bem grande. O acarajé, recém-saído da fervura, ocupava uma travessa que dava gosto! Uma jarra carregada de aluá reluzia do outro lado da mesa, e o grande tesouro seria colocado sobre o abadá, todo florido: era o melhor angu de Angola. Em “Abecedário afro de poesia”, o leitor encontrará muitas palavras que descendem da cultura africana. No final do livro, há um glossário com a relação dos termos afros citados e seus respectivos significados. Este livro proporciona aos leitores de todas as idades o conhecimento de muitas palavras novas, além de incentivar reflexões a respeito da diversidade cultural, inclusão social, racismo e tolerância.  Saiba mais.

 Chica da Silva

Neste livro, o autor João Pedro Roriz conta a história de um menino negro e pobre que sonha em ser jogador de futebol. Ele acredita que essa é a única forma de ganhar dinheiro e superar o preconceito; estudar não mudará as coisas. Até que sua avó, muito sábia, apresenta a ele a trajetória de Chica da Silva, uma das figuras mais populares e importantes da história do Brasil. Assim como sua mãe, ela foi escrava e também sofreu as humilhações da época. Libertada pelo contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, Chica da Silva mudou a sua trajetória.  Saiba mais.

Cantar era seu sonho – Clementina de Jesus

Nascida em Valença, Rio de Janeiro, Clementina de Jesus cantava e dedilhava a viola do pai… trazia na cor de sua pele a magia e o ritmo da África, transformando-se, mais tarde, num elo entre as duas culturas. Em “Cantar era seu sonho”, obra infantojuvenil da PAULUS, Lúcia Fidalgo apresenta às crianças a vida deste grande ícone da música brasileira. Este livro conta sobre seu casamento, sobre o nascimento da sua filha, seu trabalho como doméstica, além da dificuldade de conseguir realizar seu grande sonho, que era se dedicar à música. Saiba mais.

Mãe África – mitos, lendas, fábulas e contos

A obra é uma rica coletânea de diversas histórias africanas feitas com base em ampla pesquisa, com o objetivo de ressaltar a diversidade de etnias do contente africano. O autor busca privilegiar histórias ainda não pulicadas em português. “Todas as histórias aqui são recontos!”, afirma Celso Sisto, que assina a obra. “Isso quer dizer que as reescrevi a partir de uma base, ou seja, a partir de um outro texto escrito ou oral. Não inventei nada, apenas vou contando as histórias do meu jeito”, diz o autor. Dessa forma, os leitores encontrarão no enredo uma festa plural de cores, nomes, belezas, sabores, feitos e fantasias africanas, os quais exercem significativa  influência na cultura brasileira. Saiba mais.

Zumbi dos Palmares

O líder mais famoso dos quilombos no Brasil, Zumbi tornou-se símbolo da luta contra a escravidão e pela liberdade. O legado de Zumbi continua vivo e seus ideais também. Ele é referência para todo brasileiro que deseja um país melhor em que todos possam viver bem, sem exploração e no qual as diferenças culturais sejam respeitadas. Mesmo passados tantos anos após a abolição, as marcas da divisão da sociedade entre casa-grande e senzala ainda persistem no Brasil. Por isso, é importante conhecer um pouco mais sobre Zumbi e sua luta. Essa é a proposta deste livro. Saiba mais.

Teté do Abaeté

Apresentado nas versões português e inglês, o livro “Teté do Abaeté” traz em seu enredo a história de uma mulher descendente de escravos e analfabeta, que trabalhou desde muito cedo e que se empenha para garantir um futuro melhor para o seu filho. No início da obra, o leitor encontra uma saudosa lembrança de Teté sobre as histórias contadas pelas lavadeiras na Lagoa de Abaeté, situada na área de proteção ambiental no Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté, no bairro de Itapuã, em Salvador. Saiba mais.

O mercador de sorrisos

Escrito pelo escritor afro-mineiro Édimo de Almeida Pereira, o livro “O mercador de sorrisos” traz reflexões acerca da felicidade. O enredo se dá em uma aldeia, onde Oyagbami, “a velha” da tribo, com o olhar de quem sabe o mundo, conta que, certa vez, apareceu por lá um vendedor que arrastava consigo uma grande arca abarrotada de sorrisos. Ele negocia com os aldeões sorrisos em troca de objetos com qualquer tipo de valor, especialmente, valor sentimental. As ilustrações e os personagens negros colocam o livro na galeria de produções literárias afro-brasileiras, mas tocando também em questões universais, como a comercialização da felicidade. Saiba mais. 

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