Vacina contra herpes zóster chega no Brasil em versão com maior eficácia
Imunizante promete 90% de eficácia e tem melhor cobertura em pessoas imunocomprometidas e acima dos 50 anos
Segundo pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o número de casos de herpes zóster aumentou 35,4% depois da pandemia da Covid-19, sendo que hoje são mais de 41 casos por milhão de pessoas. A doença, caracterizada por lesões na pele e muita dor, atinge com maior recorrência pessoas acima de 70 anos que tiveram catapora na infância. Para ajudar a combater o alastramento da doença, chega no país a vacina Shingrix, da farmacêutica GSK.
Para a enfermeira da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, a chegada da nova vacina é vista com muito otimismo, apesar do preço ainda não ser tão acessível. “Como a vacina é importada, temos a influência do dólar no preço final, porém a eficácia desse novo produto nos deixa otimistas, pois ela tem uma capacidade de cobertura de 90%, ou seja, quase ninguém que tomou a dose desenvolve a doença”.
Outra vantagem da Shingrix é que ela pode ser usada em pessoas imunocomprometidas, como pacientes em tratamento contra câncer ou pessoas que passaram por transplantes e que, por estarem com o sistema imune fragilizado, têm maior predisposição a desenvolverem a doença, que assim como as demais herpes, aparece com a queda da imunidade. “A vacina anterior, a Zostavax, não permitia a aplicação em pessoas imunocomprometidas, já a Shingrix tem essa cobertura, além de proteger também contra a complicação grave da herpes zóster, a neuralgia pós-herpética, que é quando as bolhas duram mais do que três meses”, afirma Kátia.
Sobre a aplicação, a especialista afirma que essa versão deve ser tomada no esquema de duas doses e que apenas pacientes com receita médica poderão se vacinar. “Não é uma vacina que todos deverão tomar, pois a indicação vai depender de diversos fatores que apenas o médico saberá avaliar. Caso o profissional ache vantajoso, deverá fazer uma prescrição médica para aquele caso em específico”, explica.
Herpes Zóster
É uma doença causada pelo vírus varicella-zoster, sendo que a sua primeira manifestação no ser humano é como catapora. Diferente de outros microrganismos, o varicella-zoster permanece no organismo durante a vida inteira, podendo (ou não) se manifestar novamente como herpes zóster. O vírus da herpes fica adormecido nos neurônios e pode se manifestar por fatores como estresse, idade ou baixa imunidade. Essa segunda manifestação é chamada de recidiva e não será mais uma catapora e sim a herpes zóster. “Nem todas as pessoas que tiveram catapora terão essa segunda manifestação, porém, quando acontece, é geralmente em pessoas com mais de 50 anos ou em imunossuprimidos. A grande vantagem da vacina é que ela vai ajudar essas pessoas, que geralmente já contam com um alto volume de medicações, a terem uma qualidade de vida melhor”, finaliza.