Entorse de tornozelo pode evoluir para lesões mais severas quando não tratado

Até um terço dos pacientes podem sentir dor depois de 12 meses da lesão

Quase todo mundo, pelo menos uma vez ao longo da vida, já torceu o tornozelo, articulação que liga o pé à parte inferior da perna. A dor e o inchaço podem ser os primeiros sintomas a se manifestarem logo após a lesão.

Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em RPG e Pilates, entorses têm diferentes níveis de gravidade. Os casos leves são àqueles que não afetam os ligamentos ou ossos.

“A dor pode ser bastante intensa e pode ocorrer um leve inchaço. Contudo, nas torções mais graves, a dor é praticamente insuportável, o inchaço é bem importante e a pessoa, na maioria dos casos, não consegue colocar o pé no chão”.

Lesões nas ruas são comuns

Uma das principais causas da torção de tornozelo são as pisadas em falso ou ainda em buracos ou superfícies irregulares nas calçadas e ruas das cidades. A lesão pode acontecer também quando a pessoa posiciona a planta do pé de uma maneira inadequada ao correr, subir ou descer escadas e levantar-se da cama, por exemplo”, comenta Walkíria.

A torção do tornozelo pode ocorrer ainda durante a prática de esportes como tênis, basquete, corrida de rua, vôlei e futebol. No caso das mulheres, as entorses essas lesões têm ligação com uso de saltos altos e calçados inadequados, de uma maneira geral.

Além da dor

Apesar de a dor ser o sintoma mais comum da torção, a pessoa pode apresentar inchaço, hematomas e incapacidade de colocar o pé no chão.

“Os sintomas mais severos quase sempre estão ligados a lesões nos ligamentos ou ainda às fraturas. Como temos muitos ossos pequenos na região, fraturas e luxações podem não ser tão evidentes e ficarem mascaradas num exame clínico”, explica Walkíria

O ideal é que quando os sintomas são mais intensos, a pessoa procure um serviço de emergência para descartar um quadro mais grave por meio de exames de imagem.

Instabilidade

O grande problema de não tratar adequadamente uma torção é que ela pode evoluir para a instabilidade no tornozelo. “A pessoa começa a sentir dor na região durante as atividades físicas, caminhada e até mesmo quando fica parada em pé. O local pode inchar, ficar mais quente devido à inflamação e doer bastante, principalmente no final do dia”, comenta a especialista.

A instabilidade costuma afetar, na maioria dos casos, a parte de fora do tornozelo, nas laterais dos pés. “Toda vez que a pessoa sofre uma torção, os ligamentos podem ser alongados ou rasgados, principalmente se não houve uma reabilitação adequada. Os ligamentos ficam enfraquecidos e esse aspecto aumenta, significativamente, o risco de novas torções”, reforça Walkíria.

Outro grupo de risco são as pessoas com uma musculatura muito enfraquecida na região ou com problemas de pisada, que naturalmente deixam a articulação mais instável.

“Em geral, a instabilidade crônica no tornozelo precisa ser tratada por meio da fisioterapia. O principal objetivo é fortalecer os músculos da perna e do pé, aumentar a amplitude de movimento, a flexibilidade e, por fim, restabelecer o equilíbrio para prevenir novas torções”, aponta Walkíria.

Proteja seus tornozelos

Para prevenir entorses, Walkíria faz algumas recomendações. Veja abaixo.

  • Mantenha um programa de fortalecimento para a musculatura envolvida no bom funcionamento dos tornozelos
  • Alongue os pés durante o dia e isso pode ser feito até mesmo sentado (a)
  • As mulheres devem evitar saltos altos, principalmente para a caminhar em ruas ou locais com superfícies irregulares
  • Durante as práticas esportivas de alto impacto, como correr, jogar basquete etc., é preciso usar tênis com um bom sistema de amortecimento e com uma boa sustentação para o arco do pé e do tornozelo também. Para isso, o ideal são os tênis de cano alto, como àqueles usados no basquete, por exemplo.

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