Tratamento de miomas com embolização e ablação, que permite preservar a fertilidade, está entre os destaques da 52ª Jornada Paulista de Radiologia

O evento acontece em São Paulo, de 28 de abril a 1 de maio, e traz entre os temas da programação as técnicas de radiologia intervencionista. No caso de miomas, tipo de tumor que, apesar de benigno, pode trazer prejuízos para a fertilidade, gestação e parto, a radiologia intervencionista pode evitar a necessidade de retirada do útero

Utilização de técnicas minimamente invasivas da radiologia intervencionista no tratamento de miomas será um dos temas de destaque da 52ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2022), no Transamerica Expo Center, em São Paulo, de 28 de abril a 1 de maio. Segundo o médico radiologista intervencionista Denis Szejnfeld, coordenador da 4ª Jornada de Radiologia Intervencionista, um dos cursos da JPR 2022, técnicas como a embolização e a ablação por radiofrequência podem ser opções de tratamento a pacientes com miomas que desejam preservar o útero, seja em função de planos de ter filhos ou outras razões, inclusive emocionais, em relação a essa questão.

Na embolização, o médico radiologista intervencionista faz um procedimento que interrompe o fluxo sanguíneo que irriga o mioma, o que leva a sua diminuição. Para isso, utiliza cateteres, que podem ser inseridos por meio de um pequeno acesso na virilha e guiados por métodos de imagem até o ponto predeterminado. Por meio do cateter são injetadas substâncias que resultam em uma oclusão que impede a passagem do sangue. A ablação, por sua vez, é realizada com ajuda de agulhas, também guiadas por métodos de imagem até chegar no ponto preciso, onde está o tumor, que pode ser destruído por radiofrequência.

“Apesar das técnicas de radiologia intervencionista já estarem disponíveis há algum tempo, nem sempre são avaliadas como alternativas de tratamento. Isso acontece, na maioria dos casos, por desconhecimento”, afirma. Para o especialista, é muito importante analisar todas as possibilidades, que vão das cirurgias aos procedimentos minimamente invasivos e investir na melhor opção para cada paciente.

Um tumor benigno e muitos prejuízos

Os miomas uterinos são considerados os tumores mais comuns do sistema reprodutor feminino. No Brasil, há poucos estudos sobre a epidemiologia desses tumores, mas pesquisas feitas nos Estados Unidos sugerem a presença de  miomas entre 20-40% das mulheres em idade reprodutiva. Há estudos ultrassonográficos que mostram a ocorrência de pelo menos um mioma em 51% das mulheres no período pré-menopausa.  A maioria das mulheres acometida por esses tumores benignos são assintomáticas ao longo da vida e vão necessitar apenas de acompanhamento do médico ginecologista. Mas há casos em que o tumor provoca aumento do fluxo menstrual, cólicas fortes, sangramentos, sensação de pressão na região pélvica e aumento do volume do abdômen.

Szejnfeld explica que de acordo com sua localização, esses tumores são classificados em mioma subserosos (desenvolvem-se na parte externa do útero); mioma intramural (dentro das paredes uterinas); e mioma submucoso (dentro da cavidade do útero). “Em geral, os subserosos são mais fáceis de serem retirados por meio de cirurgia, preservando o útero. Já os intramurais e submucosos, no caso do tratamento cirúrgico, o desfecho mais comum é a histerectomia, um procedimento mais complexo no qual o útero é retirado, com recuperação pós-operatória longa, de 30 a 40 dias.

Dessa forma, é muito importante avaliar o caso da paciente, considerando a possibilidade de utilizar técnicas de radiologia intervencionista que permitem a retiradas dos miomas, inclusive de submucosos e intramurais, preservando o útero. Além disso, por serem minimamente invasivos,  esses procedimentos oferecem rápida recuperação da paciente que, muitas vezes, pode ser liberada no mesmo dia para ir para casa.

Sobre a JPR 2022

Com o tema “Um novo encontro: reunidos, afinal”, a 52ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2022), o maior evento do setor na América Latina, reunirá de 28 de abril a 1 de maio no Transamerica Expo Center, em São Paulo, mais de 700 palestrantes, dentre eles quase 70 estrangeiros, que vão abordar em dezenas de painéis, cursos e atividades concomitantes, as principais inovações em radiologia e diagnóstico por imagem. Realizada pela Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR), a Jornada terá, pela quarta vez, a parceria da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA) e, compondo a programação científica, contará com quase 70 professores estrangeiros de dez países (Argentina, Chile, Canadá, Portugal, Uruguai, México, Colômbia, Peru, Suécia e Estados Unidos). A JPR 2022 é apoiada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Associação Paulista de Medicina (APM) e Associação Médica Brasileira (AMB).

programação científica trará abordagens sobre as áreas Abdominal, Digestório e Geniturinário; Cabeça e Pescoço; Mama; Musculoesquelético; Neurorradiologia e Tórax; cursos dedicados ao papel na Radiologia que é exercido por biomédicos, enfermeiros, médicos veterinários, físicos, engenheiros clínicos, técnicos e tecnólogos. Haverá também um módulo prático de Radiologia de Emergências, Curso Prático ACR BI-RADS (estratificação de câncer de mama); aulas sobre Ultrassonografia Geral, Densitometria, Imagem Cardiovascular e Pediatria.

SERVIÇO
52ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2022)
Tema: 
Um novo encontro: reunidos, afinal
Realização: Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR) com a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA).
Quando: 28 de abril a 1 de maio de 2022
Local:  
Transamérica Expo Center (TEC).
Endereço: Avenida Dr. Mario Villas Boas Rodrigues, 387, bairro Santo Amaro, São Paulo.

Informações: https://jpr2022.org.br/

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