Mês da endometriose: 3 exames importantes para o diagnóstico

"Março amarelo" é a campanha que visa a conscientização a doença

A endometriose é uma doença inflamatória que acomete 10% das mulheres que menstruam. A maioria delas não conhece a doença e acreditam que se trata apenas de uma cólica forte, quando se trata de uma condição complexa que, sem tratamento, atrapalha o bem-estar, os planos e sonhos de mulheres em idade fértil.

O ginecologista e obstetra, Dr. Marcos Tcherniakovsky, que é diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) explica que a doença é caracterizada pela saída do tecido endometrial para fora do útero através das tubas, e que pode se implantar em órgãos da região pélvica e causar um processo inflamatório.

“A endometriose é um assunto que gera muitas dúvidas nas pacientes, o que colabora com a dificuldade de um diagnóstico assertivo. Hoje, no mundo, o diagnóstico para a condição costuma levar em média sete anos, considerando o tempo decorrido dos primeiros sintomas”, alerta.

Conheça os 3 exames mais importantes para o diagnóstico da endometriose:

 

1) Exame físico

Quando há suspeita da doença, o especialista realiza um exame físico de toque vaginal, com o objetivo de verificar se o útero está fixo, se houve aumento dos ovários e possíveis alterações que confirmem a suspeita. Antes, o médico avalia a história clínica da paciente, ouvindo com cuidado todos os sintomas e queixas e sem pressa, também para tranquilizá-la.

 

2) Ressonância magnética da Pelve

É solicitada com preparo intestinal e é feita por um especialista que conhece muito bem a doença. O exame possibilita uma avaliação completa da pelve em múltiplos planos, com excelente resolução anatômica e espacial.

 

3) Ultrassom endovaginal

Também é solicitado com preparo intestinal e é feito por especialista em endometriose. O exame consegue identificar a presença de endometriose em qualquer local da região da pélvica, como ovários, tubas, bexiga e intestino.

Ambos os exames são excelentes para diagnosticar a presença de endometriose profunda, aquela que tem mais de 5mm de profundidade e costuma dar mais sintomas, como dores abdominais e/ou pélvicas.

 

“Através destes três exames podemos determinar a necessidade de trabalharmos de forma multidisciplinar. Quando existe o diagnóstico de endometriose intestinal, sempre solicitamos uma avaliação com o proctologista ou cirurgião geral. O mesmo ocorre quando temos um provável acometimento da bexiga e encaminhamos para o urologista, para que acompanhe em conjunto com o ginecologista”, conta o médico.

O mês de março foi escolhido para receber a campanha mundial de conscientização da Endometriose, o “Março Amarelo”, para alertar mulheres do mundo todo sobre a importância da realização de exames preventivos para evitar o desenvolvimento da doença em sua forma grave.

“Mesmo que a endometriose tenha suas particularidades, quanto mais cedo houver a desconfiança, quanto mais falado e debatido este assunto e quanto solicitado exames adequados e específicos para a detecção, maiores são as chances de dar mais qualidade de vida e da preservação da fertilidade da mulher”, finaliza o especialista.

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