É possível preservar a fertilidade no câncer de colo de útero?

O tema será um dos tratados no XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica que acontece on-line de 17 a 20 de novembro. Para falar sobre esse assunto fundamental para muitas mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero, colocamos à disposição o cirurgião oncológico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Alexandre Ferreira Oliveira.

A questão da fertilidade nos casos de câncer de colo de útero é importante porque a doença pode sim comprometer o desejo da mulher ter filhos, a depender, por exemplo, do tipo de tratamento que ela deverá fazer. Assim,  no caso de mulheres que desejam ter filhos,  o assunto deve ser discutido com o médico antes do tratamento, no momento do diagnóstico. Há alternativas que vão desde a preservação da fertilidade por cirurgias conservadoras até o congelamento de óvulos-embriões coletados do útero, antes do tratamento de radioterapia ou quimioterapia para futura fertilização in vitro.

Doença acomete mulheres de todas as idades

Esse tipo de câncer pode acometer mulheres de todas as idades, inclusive as que se encontram em idade reprodutiva. O câncer de colo de útero (sem considerar o câncer de pele não melanoma) é o terceiro tumor maligno mais frequente  na população feminina, logo depois do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

É viável tratar e manter a fertilidade?

O plano de tratamento do câncer de colo de útero varia de acordo com cada paciente. É preciso considerar o estágio em  que a doença se encontra no momento do diagnóstico,  o tipo de tumor, o estado de saúde da paciente, as chances de cura etc. Existem diferentes tipos de tratamentos para o câncer de colo de útero. Alguns procedimentos podem interferir na fertilidade e outros não.  Um deles, a traquelectomia, procedimento cirúrgico viável para alguns casos selecionados, consiste em retirar do colo do útero, um segmento do istmo uterino e dos paramétrios e linfonodos pélvicos. Em seguida,  a parte sadia do útero remanescente é reconectada na vagina.

Isso possibilita que mulheres que seriam submetidas à retirada total do útero mantenham as chances de ter futuras gestações. A cirurgia pode ser feita aberta, por laparoscopia ou técnica robótica. Mas também há situações em que a mulher terá, para garantir bons resultados do tratamento, submeter-se à retirada total do útero e considerar com o médico alternativas para manter a possibilidade de ter filhos.

XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica e a III Semana de Oncologia

Realização: Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)

17 a 20 de novembro (formato on-line)

Mais informações e inscrições:

https://www.congressosbco.com.br/

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