Perda de força nas mãos: a inclusão invisível, mas necessária

Pacientes que sofreram lesões, com necessidades especiais ou que enfrentam o pós-cirúrgico nem sempre recebem ajuda na vida cotidiana

Muita gente gostaria de fazer o bem no dia a dia, mas existem pequenas oportunidades que passam despercebidas. Uma delas é ajudar pessoas que sofrem com a perda de força muscular, seja por sequela de um AVC leve, ou no pós-cirúrgico, que trazem como consequência tremores nas mãos, incapacidade de segurar objetos por muito tempo, entre outras.

“Vou dar um exemplo simples: imagine que você esteja na fila de um bufê self-service e a pessoa à frente não consegue se servir sozinha, ou tem dificuldade para transportar a bandeja. Que tal ajudar?”, propõe a terapeuta ocupacional Syomara Szmidziuk.

Ela relata casos frequentes de constrangimentos que seus pacientes enfrentam em situações da vida cotidiana, devido às dificuldades trazidas pela fraqueza muscular. Trata-se de um caso de inclusão necessária na sociedade, mas que passa despercebido, pois a pessoa se locomove sozinha e suas necessidades nem sempre são visíveis.

“Percebo que, em casos leves, muitas vezes essas pessoas não têm seus direitos assegurados”, lamenta a profissional, que tem 30 anos de experiência como terapeuta.

Uma patologia muito comum é a Síndrome do Túnel do Carpo, que causa dor e fraqueza nas mãos, punhos e braços. “Os pacientes chegam ao ponto de não conseguir assinar seu nome, ou mesmo apertar um botão de máquina”, explica Syomara. Outros casos decorrem de cirurgias em que há alguma lesão, e a pessoa acaba com dificuldade para segurar objetos.

Terapia ocupacional trabalha a força muscular

Além de estimular o apoio da sociedade em pequenos gestos de gentileza, Syomara explica que é possível recuperar a força muscular em sessões de terapia ocupacional – que é voltada, justamente, às atividades de vida rotineira, sejam elas domésticas ou realizadas fora de casa.

“A pessoa tem movimentos, mas não resistência e força. São coisas visíveis, mas muito limitantes. Tudo isso é trabalhado no consultório.”

Graças à ênfase em inclusão que se faz nas escolas nos últimos anos, a terapeuta acredita que a próxima geração poderá estar mais alerta às necessidades não tão visíveis do próximo. “Nossa esperança é que essa conscientização já esteja em curso e possa fazer a diferença na sociedade”, conclui.

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