Sucesso no teatro americano e agora no cinema, Carina Haller fará parte do elenco da próxima cinebiografia da banda Bee Gees
A atriz, brasileira por parte de mãe e suíça pelo lado do pai, com 15 anos de carreira no teatro internacional, faz sua estreia no cinema nacional em "O Faixa-Preta".
Temos uma brasileira em um dos filmes mais esperados na história da música: a cinebiografia da banda Bee Gees. Carina Haller, brasileira por parte de mãe e suíça pelo lado do pai, terá papel de destaque no longa depois de ter uma longa carreira no teatro. A atriz, que saiu do Brasil aos 10 anos de idade e se mudou para os Estados Unidos aos 19 anos sozinha para estudar artes dramáticas na famosa CalArts (fundada por Walt Disney na década de 60), em Los Angeles, é também destaque no cinema nacional e está no elenco de “O Faixa-Preta: A verdadeira história de Fernando Tererê”.
Carina faz parte do casting da agência Untitled, que também cuida da carreira de atores e atrizes como Penélope Cruz, Dakota Johnson, Ashton Kutcher entre outros.
Contato com diferentes culturas
Nascida no Brasil, Carina se mudou cedo e passou a infância em Zurique com a sua família e há 14 anos mora nos Estados Unidos. Essa interação com diferentes regiões fez com que ela absorvesse um pouco de cada cultura: “Cada país é muito diferente culturalmente. Do Brasil, levo a vulnerabilidade que é, talvez, a parte mais importante no meu trabalho. Com a Suíça aprendi a ter disciplina e ter ética de trabalho. Lá também aprendi a falar Alemão e Italiano. O Estados Unidos me ensinou que uma mulher pode e deve ser ambiciosa e que nenhum sonho é grande demais”.
Carina acredita que seu sucesso vem de muita dedicação e estudo: “Eu era a única brasileira na CalArts, em toda a faculdade. O programa de conservatório era intenso. Lá você trabalha 14 horas por dia – tem aulas durante o dia e a noite trabalha atrás do palco nas peças da faculdade de graça para entender o teatro como um todo. A faculdade ensina arte, dança, música e teatro. Portanto, você fica em imersão artística. Eu morava na faculdade, com outros artistas, conversávamos e trocávamos dia e noite. Foi fundamental pra mim. Eu tive a oportunidade de me entender como artista. Era difícil, mas muito, muito gratificante.”
Cinebiografia da banda Bee Gees
Carina fará parte da adaptação da história do grupo de pop-rock australiano Bee Gees para o cinema. O longa que será dirigido pelo renomado e premiado diretor Kenneth Branagh, que também esteve à frente de filme como Hamlet (1996), Thor (2011) e Cinderela (2015), é produzido por Graham King, que ganhou 4 Oscars em 2019, pela biografia do Queen “Bohemian Rhapsody”. Carina ainda não pode contar nada sobre o papel, mas já começou a composição da personagem e confia muito na equipe. “Sei que vou estar em boas mãos. A minha preparação neste momento é estudar profundamente a história da banda Bee Gees, o que está sendo fascinante pra mim”.
Segunda vez atuando no Brasil
Além da carreira internacional no teatro e de inúmeros comerciais nos Estados Unidos, Carina, que já atuou no Brasil com a série “Desencontros” exibida pela Sony e pela Netflix, voltou ao Brasil para gravar o filme “O Faixa Preta”. Essa será a estreia da atriz no cinema brasileiro. O longa que conta a vida do Pentacampeão mundial de Jiu-Jitsu, Fernando Tererê, é estrelado por Raphael Logam (indicado ao Emmy como melhor ator em 2020). Na trama a atriz teve o desafio de interpretar uma aeromoça americana:
“Tive que estudar bastante os protocolos de aviação. Até porque o filme se passa logo depois do 11 de Setembro e o mundo da aviação estava bem tenso com a possibilidade de novos atentados”.
Ela explica que a personagem é muito determinada e sabe o que quer. Além disso, Carina estará presente em um dos momentos mais decisivos na carreira de Tereré:
“Tive sorte de atuar com o Raphael Logan, que interpreta o Fernando no filme. Uma das nossas cenas é a mais esperada no mundo do Jiu-Jitsu. Conta a história de um dos momentos mais decisivos da vida do Fernando. A minha personagem, Lauren, é uma mulher que não pede desculpas pela sua autoridade. É sempre libertador fazer personagens femininos assim, que não tem medo de ser assertivos e não pedem desculpas pelo que são”.
Movida por desafios
Carina ficou 10 anos em repertório com diversos teatros em Los Angeles. Muitos dos teatros que participou eram casas clássicas como A Noise Within, o maior teatro clássico da Califórnia. Lá fez peças de Shaw, Shakespeare e Pirangello com alguns dos diretores e artistas do país. Também fez a peça “The Diary of Anne Frank” no Simi Valley Cultural Arts Center onde interpretou a mãe da Anne, a Edith Frank, uma personagem feminina complexa e muito corajosa:
“A peça inteira se passa no sótão do escritório onde a família fica confinada por 761 dias se escondendo dos nazistas. Isso é uma história real. A Edith é forte e corajosa e as coisas que importam para ela são as coisas pelas quais ela luta diariamente. Eu amo me jogar em personagens assim. Eu fiquei dois anos interpretando a Edith no teatro, e pude realmente desaparecer dentro dela. Eu admiro essas características numa mulher, que na face da adversidade consegue superar, então foi maravilhoso viver uma mulher que eu admiro tanto.”
Brasileira no Oscar
Seu próximo filme, a cinebiografia da banda Bee Gees, será um filme da Paramount Pictures e está previsto para começar a ser gravado em 2022. Ele contará a história da banda de “disco” que vendeu mais de 220 milhões de discos. Os três irmãos Barry, Robin e Maurice Gibb começaram juntos no final da década de 1950 e começaram a chamar atenção depois da música Saturday Night Fever.
Carina não pode ainda contar nada sobre o seu novo papel no filme, mas está estudando a história da banda e se preparando para gravar:
“A Paramount comprou os direitos autorais das músicas da banda, por tanto vai ser um filme lindo sobre a trajetória profissional deles, mas também sobre a relação íntima entre três irmãos que se amam muito e que tem seus relacionamentos desafiados por conta da fama e do sucesso. Espero levar o Brasil para o Oscar. Esse é o meu maior sonho. Um pouco ambicioso, talvez. Mas o que é difícil de conquistar é o que me atrai”.