Inteligências Artificiais estão ajudando a combater o assédio aplicativos de carona
• Chamadas Pítia e Atena as ferramentas reduziram casos de assédio em mais de 45%.
• 99 também contribui no combate à violência doméstica e direciona mulheres ao acolhimento no projeto Justiceiras.
Um levantamento realizado pela 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade, constatou que a pandemia teve um maior impacto no quesito deslocamento para as mulheres. Dentre os usuários da Classe C que começaram a usar o app de transporte durante a pandemia, 73% são mulheres.
Para oferecer um transporte rápido, acessível e seguro para essas passageiras, a plataforma lançou novas inteligências artificiais (IA) que identificam passageiras em situação de maior risco de assédio e enviam a elas somente motoristas mulheres ou os condutores mais bem avaliados. Chamadas de Pítia e Atena, as tecnologias têm caráter preventivo e atuam juntas para aumentar a segurança das passageiras do app.
A Pítia atua mapeando corridas solicitadas por mulheres em situações identificadas como de maior vulnerabilidade, como viagens à noite, mais longas, chamadas por terceiros, ou partindo de regiões com bares e casas noturnas e direciona a chamada das passageiras em situação potencialmente de risco apenas para motoristas como melhor qualidade de atendimento ou motoristas mulheres.
Enquanto isso, Atena oferece uma camada de conscientização, enviando vídeos e textos aos motoristas antes do embarque das passageiras, orientando-os sobre a importância de manter o profissionalismo e o respeito, além de oferecer dicas de como agir. Em quatro meses de testes, Pítia diminuiu em 45% o número de assédio contra passageiras. Já Atena reduziu os casos em 17% em apenas uma semana.
“Com tecnologia de ponta, somos hoje capazes de identificar as situações de maior risco e atuar antes mesmo que um problema aconteça”, diz Veronica Devia, gerente de Responsabilidade Social da 99. “Usar inteligência artificial é o mesmo que ter especialistas em segurança feminina monitorando, 24 horas, cada uma das corridas do app. Tudo isso em menos de um segundo.”
Outra inteligência artificial lançada pela 99 para oferecer segurança às mulheres é uma rastreadora de comentários chamada Ártemis. Ela foi desenvolvida com consultoria da organização voltada para empoderamento feminino Think Eva e identifica automaticamente situações de assédio deixadas nos comentários após as corridas, banindo agressores e direcionando atendimento humanizado às vítimas.
Segurança para mulheres
As inteligências artificiais fazem parte de um amplo plano de segurança feminina desenvolvido pela 99, que possui outras tecnologias como o 99Mulher, ferramenta que permite a motoristas mulheres escolher transportar apenas passageiras; a Gravação de Áudio; e o Compartilhamento de Rota.
Além disso, a companhia promove educação e engajamento sobre o respeito às mulheres através de treinamentos para motoristas, campanhas de conscientização e o Guia da Comunidade 99, documento que promove respeito e diversidade entre passageiros e motoristas do app, fomentando direitos, deveres e comportamentos esperados na plataforma, além de fornecer dicas práticas e exemplos de como agir em diversas situações.
Combate à violência doméstica
Além do impacto na mobilidade, as mulheres também enfrentam um desafio em casa. Dados recentes, levantados no 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública em 2020, a violência de gênero nos primeiros seis meses de 2020 cresceu 1,5% em relação ao mesmo período de 2019. O número de feminicídio aumentou 1,9% no mesmo período.
Somada às iniciativas para proteger passageiras e motoristas parceiras, a 99, em março, lançou um canal de comunicação que conecta mulheres ao projeto “Justiceiras”, uma força-tarefa que reúne equipe multidisciplinar especializada no acolhimento de mulheres vítimas de violências.
Ao abrir o aplicativo e clicar na Central de Segurança, a usuária tem acesso a um formulário que direciona seu caso ao “Justiceiras” para iniciar o atendimento. Hoje, o aplicativo da 99 já representa 10% do total de mulheres acolhidas pelo grupo mensalmente. Ou seja, a cada 24 horas, duas mulheres procuraram ajuda das Justiceiras por meio do formulário disponível no aplicativo.