‘Saudade’: série propõe traduzir a palavra, dita intraduzível, através da arte

No dicionário Aurélio, a palavra saudade é um “sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas”. Tanto a palavra quanto o sentimento são indissociáveis em culturas de influência lusitana, como a nossa. Por falta de um vocábulo em outros idiomas que reúna toda a complexidade de significados do que nos parece tão corriqueiro, alguns dizem que saudade é um termo intraduzível. Assumindo o desafio de explicar esse sentimento, a série “Saudade” estreia no Curta! e no Curta!On, a plataforma de streaming do Curta!, no NOW da NET / Claro ou em curtaon.com.br.

A produção, dirigida por Paulo Caldas e Bárbara Cunha, busca entender o significado da palavra-título, além de mostrar a relação transversal entre ela e a produção artística lusófona contemporânea. Através de imagens e sons originais, uma narrativa emocional e envolvente é construída em uma viagem por entre a língua portuguesa. Entre sotaques, melodias e diferentes perspectivas, o público mergulha em um mar – outra palavra comum no léxico português – de beleza e poesia. As gravações ocorreram no Brasil, em Portugal, em Angola e na Alemanha.

A série conta com depoimentos de artistas de diferentes países e gerações. Entre eles, os cineastas Ruy Guerra e Karim Ainouz; a coreógrafa Deborah Colker; o fotógrafo Bob Wolfenson, o ator e diretor Zé Celso Martinez Corrêa; a artista visual portuguesa Grada Kilomba, a arquiteta angolana Ângela Mingas, o músico e escritor paulistano Arnaldo Antunes e a cantora cabo-verdeana Mayra Andrade.

Saudade” é dividida em oito episódios temáticos de cerca de 52 minutos: “Muitas Saudades”, “O Olhar e a Saudade”, “Música e Saudade”, “Lugar e Saudade”, “Corpo e Saudade”, “Sentidos e Saudade”, “Morte e Saudade” e “Amor e Saudade”. Eles exploram manifestações que remetem às diferentes vivências desse sentimento.

 

O diretor Paulo Caldas conta que a ideia da produção surgiu por causa da ausência de dois grandes amigos e parceiros. Filmado durante três anos e em quatro países, a série trouxe para ele novas descobertas: “O que a gente descobriu é que não existe uma saudade, existem muitas saudades. Talvez por isso essa palavra seja tão difícil de ser traduzida em outra língua e tenha tantos significados, alguns até subjetivos”, comenta Caldas. “A saudade ligada à finitude é uma saudade diferente, mais doída e profunda e toca lugares muito determinantes e determinados. No episódio com o tema, conseguimos depoimentos elaborados de uma forma profunda, pessoal e sensível. Hoje, com a pandemia (de Covid), a saudade aumentou muito e estamos todos com muitas saudades diferentes. Quando tudo isso passar, a gente vai poder voltar a matar as nossas saudades”, completa.

O primeiro episódio da série, assinada pela 99 Produções, estreia no canal Curta! às 21h do dia 8 de julho, a Quinta do Pensamento, na grade temática do canal. No mesmo dia, todos os oito episódios estarão disponíveis no Curta!On.

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